Uma fraude em licitação, com corrupção e desvio de recursos públicos federais na contratação de obras para a construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Barbacena, na Zona da Mata do Estado, é alvo de uma mega operação da Polícia Federal em Minas Gerais na manhã desta terça-feira (9). Essa é a terceira fase da operação “Desvia” e cumpre 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Barbacena, Belo Horizonte e Itatiaiuçu. Os crimes teriam acontecido na gestão municipal entre 2013 e 2016.

As investigações apontaram, de acordo com a Polícia Federal, que recursos federais para as obras foram disponibilizados pela União e estavam disponíveis para o município de Barbacena, que após licitação fechou o contrato com uma construtora. A empresa deveria ter edificado cinco unidades de saúde, nos distritos de Pinheiro Grosso e Torres e nos bairros Santo Antônio, Monte Mário e Santa Luzia. De acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), apesar de o Governo Federal ter repassado R$ 1.651.550, cerca de 70% do total previsto para a construção das cinco unidades, e a contratação da empresa ter ocorrido em janeiro de 2016, as obras ainda não foram concluídas e apresentam, em média, apenas 36% de execução. O valor do contrato, inicialmente, era de R$ 2.291.000, e subiu para R$ 2.708,869,99, após reajuste aprovado em agosto de 2016.

Segundo a Polícia Federal, a atual administração da Prefeitura de Barbacena informou que firmou contrato com a terceira colocada no processo licitatório para que as obras das UBS sejam retomadas. No entanto, segundo o órgão, a terceira colocada também está sendo investigada por ter deixado obras inacabadas no mesmo município, tendo sido, inclusive, alvo de medidas de busca e apreensão na segunda fase da Operação “Desvia”. Se condenados, os investigados na operação poderão cumprir até 28 anos de reclusão.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de São João Del Rei e  participam da operação 65 Policiais Federais, além de dez auditores da Controladoria Geral da União e sete auditores da Receita Federal do Brasil.

Em nota, a CGU ressaltou que a UBS é a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. “A expansão e qualificação das Unidades Básicas de Saúde é imprescindível para garantir serviços mais próximos dos cidadãos, com boa estrutura para receber bem o paciente”, disse. Cada UBS, segundo o órgão, tem capacidade de atender cerca de 12 mil pacientes por mês.