'ALUGA-SE'

A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) cumprem, na manhã desta quarta-feira (28), quatro mandados de prisão temporária e 31 de busca e apreensão nos municípios de Contagem, Neves, Baldim, Lagoa Santa e Jaboticatubas, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Oliveira no Centro-Oeste do estado e na própria capital mineira.


Trata-se da operação “Aluga-se” que pretende conter um esquema de desvio de recursos públicos destinados à manutenção do programa “Bolsa Moradia” da Prefeitura de Contagem – buscas são feitas na Câmara Municipal e entre os alvos estão um vereador e um secretário da cidade. Estima-se que o conluio seja responsável por prejuízo superior a R$ 4 milhões aos cofres públicos.

Além destes já citados, também estão sob a mira do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, agentes públicos, outros políticos e empresas. Investigações apontam que o então diretor do programa associou-se a dois suspeitos para retirar quantias pertencentes à Fazenda e destiná-los a familiares e amigos próximos dos membros da organização criminosa.

Acredita-se ainda que os valores desviados tenham sido depositados em contas referentes a empresas de materiais de construção e até mesmo a uma associação beneficente. Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária, a Polícia Civil e o Ministério Público conseguiram o bloqueio de R$ 4.168.183 de contas ligadas à prática criminosa. Quatro suspeitos com atuação no poder público receberam ordens de afastamento de seus cargos e funções.


Quatro promotores de Justiça e 114 agentes da Polícia Civil atuam na operação na manhã desta quarta-feira. Condenados, os suspeitos podem responder por associação criminosa, peculato, inserção de dados falsos em sistemas de informação e lavagem de dinheiro – as penas cominadas na lei para estes crimes variam entre dois e 12 anos de prisão.