O encontro contou com a participação de Ferro Mineração, Prefeitura de Congonhas, Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e demais órgãos competentes. Apesar da solução, o poço deve ser construído somente após dez dias, depois de estudos. A extravasão da barragem contaminou uma das nascentes utilizadas para o fornecimento de água do local.
A prefeitura informou que a água emergencial do poço artesiano não será cobrada, já que será de responsabilidade da Ferro Mineração. A compensação deve perdurar por três anos e completamente custeada pela empresa. A ideia é que, depois disso, a nascente já esteja limpa. Já a partir desta quinta-feira, estudos e vistorias serão realizadas na região, também para mensurar o dano ambiental no local.
Desde o problema com a barragem na última sexta, a comunidade de aproximadamente dois mil habitantes está sendo abastecida via caminhões pipa e galões de água, mas com distribuição aleatória e pouco informativa. Depois do problema, a captação de água foi cortada, e a orientação da prefeitura é não ingerir qualquer líquido das torneiras por precaução.
O tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador adjunto da Defesa Civil, explicou o que aconteceu para a barragem extravasar na última sexta, após forte chuva na cidade. “Houve um carreamento de material, tanto barro quanto minério, para uma nascente, e isso fez com que a água mudasse de tonalidade. Imediatamente, foi suspensa a captação de água, para não ter uma leitura dessa qualidade, e a empresa responsável está entregando a água por caminhão pipa e água potável”.
Na noite do último domingo, a Agência Nacional de Mineração (ANM) emitiu um comunicado informando que a barragem havia transbordado, o que gerou tensão no local. Na última segunda-feira, a Defesa Civil esteve no local juntamente da ANM e outros órgãos e reafirmaram a segurança da estrutura, que não transbordou e não se rompeu.
A barragem do Josino foi construída pelo método a jusante e tem 9 metros de altura e 16,6 metros cúbicos. Na Política Nacional de Segurança de Barragens, ela é classificada com a categoria de risco baixa e dano potencial associado médio. A ANM enviou, em setembro deste ano, a declaração de condição de estabilidade e, segundo extrato de inspeção divulgado em 5 de dezembro, a barragem não tinha anomalias.
Também no domingo, a ANM garantiu a segurança da estrutura. “O talude de jusante da barragem encontra-se sem qualquer anomalias. Fizemos notificações e exigências à empresa”, disse Luiz Paniago, gerente nacional de Segurança de Barragens de Mineração do órgão.