Casa das vítimas em Igarapé, na Grande BH, foi invadida por criminosos no fim da noite de domingo. Casal está internado no Hospital João XXIII. Três suspeitos morreram em confronto com a polícia e outros dois foram presos

A Polícia Militar (PM) divulgou, no início da tarde desta terça-feira, o estado de saúde do casal de militares que foi torturado e baleado dentro de casa na madrugada de ontem em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Mais tarde, cinco suspeitos entraram em confronto com a polícia, sendo que três foram mortos a tiros e outros dois acabaram presos.


Os militares estão internados no Hospital João XXIII, na capital. Conforme o boletim, baleado na cabeça, o coronel reformado Alex de Melo, de 50 anos, perdeu a visão do olho esquerdo. Ele retomou a consciência e saiu do respirador mecânico na manhã desta terça-feira. Amanhã ou na quinta, dia 9, ele vai passar por uma nova cirurgia para reconstrução óssea do palato e da mandíbula direita. 


Já o estado de saúde da esposa dele, a cabo Raiana Figueiredo, de 34, inspira atenção. “Mantém estável a pressão intracraniana. Dentro da normalidade do esperado das 48h pós-cirurgia. Há previsão para esta quarta-feira (8) de nova tomografia para avaliação geral”, informou a PM. Além de tiros na cabeça e nas costas, ela sofreu fratura exposta em uma das pernas. 


Também no início desta tarde, a Polícia Civil informou que recebeu às 8h a ocorrência referente às prisões de Diego Mateus de Oliveira Santana, de 23 anos, e Wendel Oliveira Silva Rodrigues, de 22. “Neste momento, os policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) estão ouvindo os presos, que, inicialmente, são suspeitos de participar do crime contra a Cabo PM e o Coronel PM”, informou a instituição por meio de nota. “O inquérito foi instaurado ontem mesmo, assim que a PCMG tomou conhecimento do crime cometido em Igarapé. Peritos estiveram na casa das vítimas e no local onde foi encontrado o carro carbonizado”, diz o texto. 


Entenda o caso


Em entrevista coletiva na noite passada, o coronel Olímpio Garcia, comandante do policiamento especializado, disse que a principal tese da corporação é que os criminosos agiram com ódio ao saber que as vítimas eram militares.


“Um dos que foi preso confessou isso. Eles começaram a agredir por se tratar de policiais militares. No estado de Minas Gerais, a nossa resposta é proporcional a qualquer agressão contra qualquer integrante do estado, qualquer policial militar”, afirmou.


Segundo o coronel Eduardo Felisberto Alves, o fato começou por volta das 22h30 desse domingo (5). Os cinco acusados deixaram a cena do crime por volta de meia-noite e fugiram no veículo da cabo Raiana. O carro foi abandonado e incendiado nas proximidades minutos depois do crime.


Eles, depois, fugiram num Fiat Palio. A polícia levantou informações acerca do veículo para rastrear onde os suspeitos estariam.


Logo que o dia raiou, uma operação foi montada pelas autoridades para buscar os suspeitos. O trabalho começou a surtir efeito quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) avisou a PM que câmeras flagraram o Palio passando pelo posto da PRF em Betim, ainda na Grande BH.


Por meio dessa informação inicial, o Ministério Público, a partir do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime (Gaeco), conseguiu identificar um dos suspeitos. Ele foi encontrado em Ibirité, separado dos demais, e confessou a participação no crime. Esse, contudo, não reagiu à abordagem dos militares e foi detido. Depois, contou onde estavam os outros envolvidos.

Ao chegar no endereço dado pelo detido, a polícia afirma ter sido recebida a tiros. Tratava-se de uma casa afastada, em um local bastante ermo. Lá, o confronto dos bandidos com a PM terminou com a morte de três criminosos e prisão de dois. Segundo a PM, os mortos são Edson José da Silva Júnior, de 22 anos, Luiz Gustavo Reiner dos Santos Figueiredo,19 anos, e Taysson Gustavo Gomes da Silva, de 18. 

(Com informações de Gabriel Ronan)