Com 2.500 vítimas e desvios de R$ 16 milhões, a Polícia Civil desmontou um esquema de pirâmide financeira. Ao todo, sete pessoas foram indiciadas por organização criminosa pela prática do crime, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária, consumidor e Comissão de Valores Mobiliários. Esta foi a primeira fase da Operação Medina.


As investigações são conduzidas pela delegada Monah Zein, 2ª Delegacia de Polícia Civil Leste, do 1º Departamento de Polícia Civil em BH, que ressalta o pouco tempo entre o início das apurações e a sua conclusão.

“Após um mês e seis dias, a equipe conseguiu concluir as investigações. Foram 38 oitivas e análises de documentos angariados, que nos permitiu chegar à gênese da organização criminosa, às suas funções e demais pessoas que sabiam do esquema criminoso”, informou a delegada. 

Ela diz que o grupo movimentou uma grande quantidade de dinheiro. “Foram cerca de 400 boletins de ocorrência que totalizaram valor próximo a R$ 16 milhões, isso, apenas de aportes das vítimas, o que evidenciou o esquema de pirâmide financeira articulado pela organização criminosa, que chegou a cooptar em média 2.500 pessoas.

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Delegada Monah Zein acredita que número de vítimas poderá aumentar com a realização da segunda etapa da Operação Medina

(foto: PCMG/Divulgação)

 


A delegada explicou como funcionava o esquema: “O sistema de pirâmide financeira é um crime contra a economia popular, caracterizado por obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos.” 

Na Operação Medina foram cumpridos mandados de prisões temporárias expedidos contra dois homens, de 39 e 60 anos, e três mandados de busca e apreensão, em Belo Horizonte. Os alvos são sócios-proprietários de uma empresa que se passava por instituição financeira na capital. Esses dois falsos empresários foram autuados e hoje estão em liberdade, sob monitoração eletrônica.

Entre os bens apreendidos estão cinco veículos de luxo, sendo que um deles foi comprado em dinheiro, por R$ 179 mil, além de computadores e documentos considerados cruciais para evidenciar a formação e atuação da organização criminosa.