A última chuva forte que ocorreu em Belo Horizonte deixou três pessoas mortas na avenida Vilarinho no último dia 15 de novembro

Alagamentos, prejuízos no comércio, carros arrastados, pessoas ilhadas e mortes não serão mais cenas decorrentes de chuvas na avenida Vilarinho, em Venda Nova, a partir de 2020, segundo afirmou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), em coletiva no fim da manhã de hoje.

Segundo Kalil, o projeto orçado em R$300 milhões de reais - parte da verba proveniente do município, parte de empréstimos a bancos estrangeiros - com previsão de início em junho de 2019 poderá ser a solução do problema.

"Se não resolver definitivamente, Vilarinho pelo menos passa a não ser notícia mais, porque vai só molhar o sapato. Isso que estamos fazendo não vai proteger contra uma chuva daquela de novembro. Aquilo é um tempral que segundo os hidrólogos cai a cada 160 anos. Nosso projeto vai proteger contra volume de chuvas que caem de 100 em 100 anos" , afirmou.

De acordo com Kalil, dois túneis subterrâneos serão construídos na avenida Vilarinho, embaixo da "praça do Habibs". "A gente acredita que, tudo dando super certo após a licitação, as obras comecem em junho e durem em média um ano e meio", afirmou o gestor. As passagens subterrâneas vão desviar a água que alagaria a avenida até o córrego Floresta e desaguar na bacia do Isidoro.

Além dos túneis, segundo a PBH, serão criados aberturas em vias e praças e canteiros para dar escoamento ao grande volume de água típico dos temporais do perído de chuvas. O projeto também conta com um elevado, que será construído na Rua Joaquim Clemente, no bairro Xodó Marize, por onde passa o córrego Vilarinho.

O prefeito ainda salientou que as obras não devem causar transtornos a quem mora e transita pela região. "Por ser debaixo da terra, não vai ter necessidade de desapropriação", comentou.

O projeto, segundo a prefeitura, foi elaborado pela empresa de engenharia Engesolo. Embora a região ainda esteja sujeita ao perído chuvoso, que só termina em março, Kalil diz que o contrato não será em caráter de urgência. "Vamos esperar a chuva passar e abrir para licitação em março ou abril. Não é um contrato de emergência. É um processo técnico".

Vítimas da avenida Vilarinho

A última chuva forte que ocorreu em Belo Horizonte deixou três pessoas mortas na avenida Vilarinho no último dia 15 de novembro, durante o feriado de Proclamação da República.

Três pessoas morreram em decorrência do temporal que atingiu Belo Horizonte e a região metropolitana no feriado da Proclamação da República, na quinta-feira (15).

Mãe e filha

Entre as vítimas do temporal, estão Cristina Pereira Matos, de 40 anos, e Sofia Pereira, de seis anos. Mãe e filha morreram dentro de um carro na avenida Vilarinho, na região de Venda Nova, Elas foram encontradas abraçadas e havia um terço na mão da mulher.

Anna Luisa

A estudante Anna Luísa Fernandes de Paiva Maria, 16, caiu em um bueiro e foi arrastada pela correnteza até uma galeria, na avenida Álvaro Camargos, altura do bairro São João Batista, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ela foi encontrada depois de 18h de buscas, há 4km do local onde caiu.

A adolescente estava com o namorado dentro de um carro quando a roda dianteira do veículo entrou em uma abertura provocada por uma tampa de galeria que foi arrancada durante inundação na área. Ao sair do carro, Anna Luísa não teria visto o bueiro.

Anna Luísa era estudante do segundo ano do curso técnico em Meio Ambiente, integrado ao ensino médio, e a previsão de sua formatura era 2019. Uma prima da garota contou que ela queria muito passar no Enem e que a jovem tinha o sonho de cursar História.