A Prefeitura de Belo Horizonte requereu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (15), liminar de urgência para suspender decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que paralisou a reunião do reunião do Conselho Estadual do Patrimônio (Conep) que avaliaria o tombamento da Serra do Curral. 


No pedido, o município critica a decisão do presidente do TJMG, desembargador José Arthur Filho, que manteve a Suspensão de Segurança, depois de pedido da empresa Taquaril Mineração S/A (Tamisa), que detém a licença de exploração da Serra, concedida após reunião no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A liminar que determina a Suspensão de Segurança impede, momentaneamente, que o Conep dê continuidade na análise do tombamento provisório da Serra do Curral, estudo que é feito a pedido da PBH. 


O documento enviado ao STF é assinado pelos procuradores municipais Hércules Guerra, Caio Perona e Ademar Borges de Sousa Filho. Segundo a Procuradoria-Geral do Município, a decisão é uma "grave ofensa à ordem pública diante da violação à separação de poderes". 

Na justificativa, lista oito motivos para impedir a exploração da Serra do Curral pela Tamisa. Segundo o município, BH tem interesse na proteção da Serra, por razões histórico-culturais, bem como pelos impactos da mineração, incluindo riscos hídricos, geológicos, à fauna e à flora, além de ruído, poeira e vibração.


No documento, os promotores afirmam que a capital é "diretamente interessada na realização da reunião do Conep para se proceder ao tombamento provisório de toda a extensão da Serra do Curral".


Em seguida, os judiciários requerem a suspensão da decisão dada pela Justiça mineira, "a fim de que o Conep possa convocar imediatamente a reunião para deliberar sobre o tombamento provisório da Serra do Curral".


A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Taquaril Mineração S/A (Tamisa), o Supremo Tribunal Federal (STF), e também o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, pasta responsável pelo Conep, sobre o caso, e aguarda retornos.