Deputado federal deixará o MDB após a ala petista de sua legenda vencer batalha interna

Rodrigo Pacheco
No páreo. Terceiro na disputa pela Prefeitura de BH, Rodrigo Pacheco tentará ser governador

O deputado federal Rodrigo Pacheco vai se filiar ao DEM no próximo sábado (17), para disputar o Palácio da Liberdade. A decisão já foi comunicada a aliados, que estão sendo convidados para um evento com pompa e circunstância, que terá como grande estrela, além do parlamentar, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pré-candidato da legenda ao Palácio do Planalto.

Pacheco decidiu se desfiliar do MDB ao ver o grupo que defendia uma candidatura própria, de oposição ao governador Fernando Pimentel (PT), sair derrotado no partido. O ponto final da relação se deu após a ala refratária a Pacheco conseguir empurrar a decisão sobre um eventual nome do partido para maio, depois do fim da janela partidária, que se fecha no dia 7 de abril. Com isso, Pacheco teria que arriscar permanecer na sigla sem a garantia de que seria o nome da legenda ao governo do Estado.

As conversas do DEM com seu futuro candidato foram reveladas em primeira mão pelo jornal O TEMPO, ainda em dezembro do ano passado, na coluna Aparte. O convite para a filiação foi feito por Rodrigo Maia, que busca um palanque forte em Minas para impulsionar sua pré-candidatura ao comando do país. Para isso, Maia prometeu entregar a Pacheco a presidência da legenda em Minas, o que vai se concretizar, mesmo que seja necessária uma intervenção da direção nacional da sigla no Estado.

Rodrigo Pacheco está em seu primeiro mandato de deputado federal e ganhou força após terminar em terceiro lugar a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. Ele somou 118.772 votos, o equivalente a cerca de 10,02% dos válidos na disputa, ficando atrás apenas do hoje prefeito Alexandre Kalil (PHS) e do deputado João Leite (PSDB), que perdeu a disputa no segundo turno.

A organização do encontro que filiará Rodrigo Pacheco está sendo comandada pelo marqueteiro Roberto Hilton, que atuou na campanha de Pacheco em 2016. É ele o responsável por definir detalhes como horário e local do evento.

A grande expectativa é sobre a presença de parlamentares tucanos, já que grande parte das lideranças da legenda defende um apoio ao grupo de Pacheco. Por um lado, marcar presença em peso no evento do candidato do DEM pode esvaziar de vez qualquer possibilidade de uma candidatura própria do PSDB. Além disso, contribuiria para dar mais força ao palanque de Rodrigo Maia, que briga nacionalmente no mesmo espaço eleitoral de Geraldo Alckmin. Por outro lado, sem conseguir convencer Antonio Anastasia a disputar o governo e não tendo outro nome de peso para liderar uma chapa, os tucanos querem manter firme a ponte com Pacheco, considerado o plano B da sigla.

A aposta é que ao menos os parlamentares que estão prestes a deixar o ninho tucano possam engrossar a candidatura do deputado federal, que tem a simpatia até mesmo de Antonio Anastasia.

Concorrência. O DEM e os aliados de Rodrigo Pacheco em outras legendas estão trabalhando para tentar atrair para a chapa do deputado o PSD, hoje também cobiçado pela candidatura de Marcio Lacerda (PSB).

Leilão. O partido tem um acordo para indicar o vice do ex-prefeito de Belo Horizonte.

Divisão. Para tentar fazer o PSD mudar de lado, o grupo de Rodrigo Pacheco conta com uma divisão na bancada de deputados da legenda de Gilberto Kassab.