O número de funcionários públicos expulsos do Governo de Minas por ato de corrupção aumentou 147,6% entre 2018 e 2019, segundo dados da Controladoria Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG), que atribui o fato ao maior rigor ao enfrentamento às ações de desvio de verba pública. Em 2018, 21 pessoas deixaram o poder público após apuração interna. Neste ano, até novembro, ocorreram 52 casos do tipo. O número pode aumentar porque ainda há outros casos em apuração. No total, o governo de Minas expulsou 114 pessoas até o momento neste ano. 

Na lista, há 22 casos de funcionários que abandonaram o cargo. Na sequência, 16 casos de servidores que apresentaram acúmulo ilícito de funções. 
O controlador geral do Estado, Rodrigo Fontenelle, destaca que quase todos os números subiram, porque há um aumento no número de julgamentos. 

“É melhora na estruturação da área correcional. Conseguimos triplicar o número de julgamentos. Quando falo julgamento, não quer dizer só demissão. É finalização de processos administrativos contra servidor. Pode terminar com demissão, suspensão, repreensão ou até mesmo absolvição. Até o fim do ano deve haver outros”, disse o controlador. 

Entre os dados de expulsos do serviço público estadual, há também os casos de funcionários que se envolveram em agressão física. Neste ano, seis servidores foram dispensados depois de o governo confirmar que, de fato, ocorreram brigas físicas.

Apesar do aumento no número de expulsões por corrupção, até o momento o governo do Estado registrou 150% de arquivamentos nas decisões correcionais. Foram 67% de absolvições.

Fontenelle diz ainda que apenas a mudança cultural poderá fazer com que atos não republicanos diminuam. Porém, o tempo para que a mudança ocorra demanda décadas.

“Por meio de programas de integridade, começa a melhorar a cultura no nosso Estado. Os países que conseguiram avançar no combate à corrupção não ficaram só na parte detectiva, que seria enxugar gelo. Avançaram na área preventiva, no fomento à integridade. Países como Nova Zelândia, Dinamarca, Cingapura, quando começamos estudar como eles resolveram (problema de corrupção), eles investiram muito nessa parte de mudança cultural. Isso demanda décadas, mas é o que a gente começou a fazer aqui no Estado”, afirmou. 

Entre as denúncias que chegaram até o momento na Corregedoria, 139 são de assédio moral. Há outros 49 casos de agressão física notificadas neste ano. Os dados englobam todo Estado de Minas Gerais. 

Há também, por exemplo, denúncias de nepotismo (oito casos), uso irregular de veículo oficial, desvio de verba pública, negligência na gestão de bens públicos, desaparecimento de bens patrimoniais. No total são 473 denúncias recebidas até o momento pela CGE.