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Ministério da Saúde se reuniram com executivos da empresa White Martins, uma das principais produtoras de oxigênio medicinal do país, para avaliar as dificuldades relativas ao abastecimento do insumo em todo o país no momento de agravamento da pandemia. A companhia informou que vem registrando aumento exponencial no consumo do produto, mediante demanda que cresceu 300% em algumas regiões.
O general Ridauto Fernandes, diretor de logística do Ministério da Saúde, explicou que estão em curso tratativas para aumentar a produção de cilindros e para instalar concentradores de oxigênio em diversos locais. Segundo ele, o monitoramento feito pela pasta indica situação mais preocupante em seis estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. No Pará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a condição é classificada como estado de atenção.
Em Mariana, o secretário de Saúde, Danilo Brito, fez apelo para que a população fique em casa. Em vídeo publicado no último sábado, ele conta que foi preciso fazer compra urgente de oxigênio medicinal para atender pacientes da unidade de pronto-atendimento (UPA). De acordo com o secretário, são utilizados 25 cilindros de oxigênio medicinal por dia e a aquisição é feita diariamente.
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Devido ao aumento na demanda de leitos, com pacientes que precisam de oxigenação, houve a urgência em contrato adicional do gás. “Nossas unidades de saúde estão utilizando de 25 a 28 cilindros grandes por dia. Tem paciente que chega a utilizar até 15 litros por minutos. Chegamos a monitorar 4 pacientes intubados. Atualmente, temos em estoque de 57 cilindros de oxigênio”, informou a prefeitura.
Estoques
Na UPA de Igarapé, prefeitura contou com doação de 15 cilindros, mas número de internações dobrou e temor é agravamento da crise.
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Ontem, Igarapé recebeu a doação de 15 cilindros e a previsão é de que até o fim da semana a prefeitura municipal tenha acesso a outros 50 equipamentos. Para agilizar os atendimentos na cidade, a meta é dispor de 100 cilindros até o fim do mês. “O problema nunca foi o oxigênio, e sim os cilindros. Agora a gente já está regularizando aos poucos”, informou o secretário municipal de Saúde, Leonardo Barberá.
O chefe do gabinete da prefeitura informou que o aumento da internação nas últimas semanas demandou maior quantidade de oxigênio. “Há duas semanas o Hospital de Campanha tinha 11 leitos ocupados e hoje temos 22 internados, sendo que três estão em uso de respiradores e temos em torno de cinco pacientes graves que pode ser que evoluam para intubação e precisem de ventilador.”
O secretário de Saúde destacou que a falta de cilindros ocorre porque os hospitais precisam de estoque adicional para que seja possível o reabastecimento do gás, fundamental para pacientes internados. Considerando-se que um hospital esteja fazendo uso de 10 cilindros de oxigênio, ele precisa de ter outros cilindros abastecidos na condição de reserva para que aqueles, quando esgotados, saiam do ambiente hospitalar e sigam a uma distribuidora para ser recarregados.
“Em Igarapé, sempre trabalhamos com 30 cilindros extras. Quando acabava, a gente pedia para a empresa e sempre foram mandando mais. Agora, as empresas também estão com dificuldade e faltaram os cilindros da reserva”, explicou Leonardo Barberá. A prefeitura tem tentado contrato com outras empresas além da empresa Agás Gases, tradicional fornecedora do insumo ao município. “Pedimos cerca de 25 cilindros, para que hoje tivéssemos em torno de 50 livres, para ajudar no revezamento. Não podemos pensar somente nos 22 pacientes internados. Do jeito que a pandemia está evoluindo, esse número pode aumentar a qualquer momento”, alertou.
Contato permanente Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) não havia respondido à reportagem do EM sobre os questionamentos relacionada ao sistema de abastecimento de oxigênio em Minas e como o governo estadual faz esse controle.
Em Belo Horizonte, a prefeitura informou que os estoques de oxigênio estão sendo reabastecidos nos dois hospitais de gestão municipal – Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e Hospital Metropolitano Odilon Behrens –, UPAs e demais equipamentos da Rede SUS-BH, do Sistema Único de Saúde, que atendem usuários com suspeita ou confirmação de COVID-19. “O monitoramento dos estoques é realizado diariamente. A Secretaria Municipal de Saúde reitera que mantém contato permanente com os fornecedores para garantir a continuidade do abastecimento”, disse, em nota.
(foto: Arte EM)
Expansão
Por meio de nota, a White Martins informou ao EM ter fornecido aos seus clientes medicinais contratados das redes pública e privada da capital mineira 3.308.972 metros cúbicos (m3)de oxigênio líquido nos últimos seis meses (entre setembro de 2020 e fevereiro último). Neste mês, a empresa forneceu 518.750m3 de oxigênio para essas instituições de saúde. “O incremento de 35% em relação aos seis meses anteriores segue dentro da previsão contratual com os clientes.”
Sobre a demanda do estado, destaca que aguarda retorno formal da Secretaria de Saúde de Minas Gerais sobre as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto, bem como a previsão da demanda. “O volume fornecido para a secretaria segue dentro da quantidade total do contrato, porém a demanda diária aumentou 66% em comparação à média dos seis meses anteriores, fazendo com que a logística e a segurança do abastecimento ficassem impactadas”, diz a nota.
Norte requer ajuda
O presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), José Nilson Bispo de Sá (Republicanos), o Nilsinho, afirmou, ontem, que os prefeitos do Norte de Minas estão “muito preocupados” com uma possível falta de oxigênio para o atendimento aos pacientes graves com COVID-19, porque a empresa fornecedora do produto na região já avisou que não tem como aumentar sua produção. “A gente vê que, do que jeito que as coisas estão indo, a demanda por oxigênio pode aumentar muito.” Nilson de Sá, prefeito da cidade de Padre Carvalho, encaminhou relatório sobre o problema aos governos de Minas e federal e também ao Ministério Público
Produção esbarra em consumo jamais visto
A Agás Gases, distribuidora com sede em Itaúna, no Centro-Oeste de Minas, confirmou ao Estado de Minas alta substancial na demanda por oxigênio medicinal no último mês. “Estamos muito preocupados e fazendo campanha para ver se a gente consegue esses cilindros”, disse Eugênio Pereira da Silva, proprietário da empresa. Ontem, ele se reuniu com o prefeito de Igarapé, Arnaldo Chaves (PP), para discutir medidas capazes de conter o desabastecimento.
Eugênio Silva contou que a empresa atende a diversas cidades no estado, mas Igarapé encontra-se em estado crítico, ao lado de outros municípios com necessidade crescente do insumo, como São Joaquim de Bicas, Itaúna e Pará de Minas. Desde a abertura da empresa, em 2001, Silva não viu crise semelhante.
“Nunca vi uma demanda tão grande quanto agora. Primeira vez, e espero que seja a última. É muito complicado ver que a pessoa precisa de oxigênio e não esteja disponível”, lamenta o empresário. “Graças a Deus a gente consegue atender aos contratos. Agora, estamos buscando os cilindros emprestados. O risco é grande de a gente não conseguir atender”, admitiu. A distribuidora comprou cilindros da fabricante brasileira MAT, que informou ao EM entrega ainda neste mês.
A indústria de cilindros MAT informou ter ampliado a produção de 22 mil para 27 mil cilindros por mês e reduziu as exportações “A fábrica está operando 24 horas (com a criação de terceiro turno de trabalho). No entanto, os cilindros têm vida útil muito longa, de 60 anos. Então, toda a nova produção está abastecendo um mercado já amplamente abastecido nos anos anteriores. Em 2020, a MAT fabricou em torno de 200 mil cilindros de gases para o mercado nacional. Em 2019, portanto, antes da pandemia, foram fabricados 150 mil. Esses cilindros estão todos em uso”, informou a empresa.
A White Martins informou em nota ao EM que realizou 22 adequações de estocagem e serão realizadas outras 10 até o fim de março. “Foram instalados quatro tanques para ampliação das centrais reserva de cilindros e ainda serão instalados mais seis tanques. Além disso, a empresa já disponibilizou 13 veículos adicionais em todo o estado e 21 profissionais para manter o volume crescente do consumo de oxigênio líquido e cilindros na região”. (DL)
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O general Ridauto Fernandes, diretor de logística do Ministério da Saúde, explicou que estão em curso tratativas para aumentar a produção de cilindros e para instalar concentradores de oxigênio em diversos locais. Segundo ele, o monitoramento feito pela pasta indica situação mais preocupante em seis estados: Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte. No Pará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a condição é classificada como estado de atenção.
Em Mariana, o secretário de Saúde, Danilo Brito, fez apelo para que a população fique em casa. Em vídeo publicado no último sábado, ele conta que foi preciso fazer compra urgente de oxigênio medicinal para atender pacientes da unidade de pronto-atendimento (UPA). De acordo com o secretário, são utilizados 25 cilindros de oxigênio medicinal por dia e a aquisição é feita diariamente.
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Devido ao aumento na demanda de leitos, com pacientes que precisam de oxigenação, houve a urgência em contrato adicional do gás. “Nossas unidades de saúde estão utilizando de 25 a 28 cilindros grandes por dia. Tem paciente que chega a utilizar até 15 litros por minutos. Chegamos a monitorar 4 pacientes intubados. Atualmente, temos em estoque de 57 cilindros de oxigênio”, informou a prefeitura.
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Na UPA de Igarapé, prefeitura contou com doação de 15 cilindros, mas número de internações dobrou e temor é agravamento da crise.
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Ontem, Igarapé recebeu a doação de 15 cilindros e a previsão é de que até o fim da semana a prefeitura municipal tenha acesso a outros 50 equipamentos. Para agilizar os atendimentos na cidade, a meta é dispor de 100 cilindros até o fim do mês. “O problema nunca foi o oxigênio, e sim os cilindros. Agora a gente já está regularizando aos poucos”, informou o secretário municipal de Saúde, Leonardo Barberá.
O chefe do gabinete da prefeitura informou que o aumento da internação nas últimas semanas demandou maior quantidade de oxigênio. “Há duas semanas o Hospital de Campanha tinha 11 leitos ocupados e hoje temos 22 internados, sendo que três estão em uso de respiradores e temos em torno de cinco pacientes graves que pode ser que evoluam para intubação e precisem de ventilador.”
O secretário de Saúde destacou que a falta de cilindros ocorre porque os hospitais precisam de estoque adicional para que seja possível o reabastecimento do gás, fundamental para pacientes internados. Considerando-se que um hospital esteja fazendo uso de 10 cilindros de oxigênio, ele precisa de ter outros cilindros abastecidos na condição de reserva para que aqueles, quando esgotados, saiam do ambiente hospitalar e sigam a uma distribuidora para ser recarregados.
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Em Belo Horizonte, a prefeitura informou que os estoques de oxigênio estão sendo reabastecidos nos dois hospitais de gestão municipal – Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e Hospital Metropolitano Odilon Behrens –, UPAs e demais equipamentos da Rede SUS-BH, do Sistema Único de Saúde, que atendem usuários com suspeita ou confirmação de COVID-19. “O monitoramento dos estoques é realizado diariamente. A Secretaria Municipal de Saúde reitera que mantém contato permanente com os fornecedores para garantir a continuidade do abastecimento”, disse, em nota.
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Por meio de nota, a White Martins informou ao EM ter fornecido aos seus clientes medicinais contratados das redes pública e privada da capital mineira 3.308.972 metros cúbicos (m3)de oxigênio líquido nos últimos seis meses (entre setembro de 2020 e fevereiro último). Neste mês, a empresa forneceu 518.750m3 de oxigênio para essas instituições de saúde. “O incremento de 35% em relação aos seis meses anteriores segue dentro da previsão contratual com os clientes.”
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