Coletivo feminino foi responsável por dar vida a arte no muro de um quartel militar

As mulheres integrantes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais foram homenageadas nesta terça-feira (27) pelos 25 anos de serviços prestados à corporação com um grafite no muro do Primeiro Batalhão, na avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Com o objetivo de valorizar a presença feminina, bem como a cultura e a arte, os bombeiros convidaram o coletivo Minas de Minas Crew, formado por mulheres, para grafitar no muro do quartel.

“A escolha do grupo foi marcante. Fizemos um encontro entre o coletivo e algumas militares para que elas desenvolvessem o projeto”, explicou o tenente Fábio Gomes, um dos responsáveis pela homenagem.

Segundo ele, o projeto foi desenvolvido em parceria com o tenente Pedro Aiha e a historiadora Andréa Lomeu. “Queríamos algo visualmente chamativo, para materializar esses 25 anos. As mulheres estão sendo representadas em todos os setores da nossa instituição”, declarou.

Apesar da inclusão em 1993, as mulheres representam menos de 10% dos militares da corporação. Ao todo, são 5.423 homens e 551 mulheres. Destas, 469 são praças e 82 são oficiais.

História

O ingresso de mulheres nas fileiras da Corporação ocorreu a partir dos anos 1990 e se efetivou com a lei nº 11.099, em 18 de maio de 1993. Nove meses depois, 67 bombeiras tornaram-se soldados.

O jornal O TEMPO produziu uma reportagem especial no dia 18 de novembro contando a vida das mulheres que construíram a história feminina do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.

Grafite

Com outras três amigas, a grafiteira Carolina Jauet, Krol, fundou, em 2012, o “Minas de Minas Crew”. “Quando começamos, éramos apenas seis mulheres que se dedicavam à arte urbana em toda cidade”, lembra ela.

“Então, quatro delas se reuniu e criou essa linha de frente para expor nosso trabalho, mostrando para outras mulheres que elas também podiam, fazendo oficinas e, agora, já chegamos a reunir 24 artistas em um encontro no ano passado”, orgulha-se.

Além de integrar mulheres no grafite, o “Minas de Minas Crew” leva a representatividade para suas obras. Já grafitaram, por exemplo, um retrato da atriz Teuda Bara, uma das fundadoras do Grupo Galpão.