Criança nasceu prematura de oito meses. Mãe e filha estão saudáveis, mas seguem internadas na maternidade
Uma mulher de 64 anos deu à luz uma menina, nesta terça-feira, na maternidade Octaviano Neves, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, após anos de tentativas para engravidar. A menina nasceu prematura de oito meses, com 1,7 quilo e está na incubadora. Mãe e filha estão saudáveis e descansam após o parto.
Após mais de 30 anos de tentativas, a procuradora de justiça Norma Maria de Oliveira teve sua primeira filha. A idosa conseguiu engravidar por meio de fertilização in vitro (FIV). Os óvulos foram doados anonimamente e o esperma pelo companheiro da procuradora, de 45 anos. Segundo a ginecologista e obstetra da paciente, Rita de Cássia Amaral, o procedimento deu certo na primeira tentativa.
Norma procurou a especialista em junho do ano passado. “Eu trabalho com gravidez de mulheres com idades consideradas de risco, mas esta é a primeira vez que trabalhei com alguém com mais de 50”, conta a ginecologista. Os principais problemas decorrentes da gestação acima dos 50 anos são a hipertensão e a diabetes, além do aumento das chances de o bebê nascer prematuro. Segundo a obstetra, a gravidez ocorreu com tranquilidade, sempre com acompanhamento médico. "Não houve nenhuma complicação grave durante a gestação. Norma desenvolveu um aumento leve de pressão e uma variação glicêmica, que já eram esperados para sua idade", esclarece a médica. Ela explica que o tratamento incluiu a ingestão de vitaminas e uma substância anticoagulante por causa da idade.
A pequena Ana Letícia nasceu de 33 semanas e quatro dias de gestação, com 1,7 quilo e 48 centímetros. Por ser prematura, a criança está na UTI infantil para acompanhamento. "A neném chegou bem ao mundo. Ela não precisou ser entubada, nem de oxigenação. Só foi para a UTI porque é prematura, mas está alternando ar ambiente com pouco oxigênio e está muito bem", relatou Rita.
Ainda não há data para que Norma e a filha recebam alta, mas a ginecologista garante que está tudo bem. A médica comemorou o nascimento da menina e diz acreditar que este tenha sido um avanço para a obstetrícia “Há poucos anos, nem se cogitava a possibilidade de uma mulher com mais de 60 anos engravidar. Acredito que a medicina tenha dado um passo à frente”, afirmou.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie