APÓS BRIGA DE TRÂNSITO


A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) instaurou um Procedimento  Investigatório Criminal (PIC) para apurar a conduta do procurador de Justiça Bertoldo Mateus de Oliveira Filho, de 59 anos, que, após uma briga de trânsito, perseguiu e xingou duas mulheres de “puta” e “sapatonas” e ainda atirou contra elas, na última quinta-feira (1), no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. 


O procurador estava no cargo de chefe da Coordenadoria Estadual de Defesa do Direito de Família, das Pessoas com Deficiência e dos Idosos (CFDI) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), mas após o episódio ele foi afastado.  Segundo o MP, o procurador-geral Antônio Sérgio Tonet foi quem abriu a investigação. 

 "O PIC tem por objetivo a ampla investigação sobre possíveis crimes de tentativa de homicídio/disparo de arma de fogo, desacato, embriaguez ao volante, resistência, além dos crimes de injúria e dano. Além das diligências já determinadas na conclusão do Auto de Prisão em Flagrante foi determinado pelo procurador-geral de Justiça ao Gabinete de Segurança e Inteligência do MPMG que levante e recolha todas as imagens de vídeo que registraram os fatos, bem como o trajeto dos envolvidos; que levante e qualifique testemunhas e possíveis vítimas que  tenham presenciado os fatos, além daquelas que constam do Reds(boletim de ocorrência); e que acompanhe as provas periciais pertinentes visando a célere obtenção de seu resultado", informou o MPMG. 

Foi requisitado ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) uma cópia do prontuário do procurador de Justiça suspeito para que seja encaminhada à  Corregedoria-Geral do Ministério Público que vai tomar as medidas disciplinares administrativas.

O procurador-geral de Justiça ainda fez uma representação ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pedindo que sejam tomadas as seguintes medidas cautelares criminais contra o suspeito: "proibição de manter contato com as vítimas ou testemunhas; manutenção da apreensão da arma de fogo; suspensão do porte de arma de fogo; proibição de acesso ou frequência a bares, restaurantes e similares, e não se ausentar de Belo Horizonte sem autorização do Tribunal de Justiça", escreveu o MP.

Essa não foi a primeira vez que Filho se envolveu em uma confusão. Em 30 de setembro do ano passado, ele sacou uma arma em uma pizzaria na avenida Guaicuí, na Cidade Jardim, região Centro-Sul,  após um desentendimento com outros clientes.