O advogado Fabiano Lopes, que representa o ex-monitor do Colégio Magnum acusado de estupro, em entrevista à rádio Itatiaia, disse que o Ministério Público de Minas Gerais arquivou a denúncia de estupro contra o cliente dele pela falta de provas. O rapaz de 22 anos foi denunciado por sete mães da escola de que teria abusado de crianças. A onda de queixas começou no início de outubro.
"O Ministério Público, por meio do promotor de Justiça, acompanhou o relatório da autoridade policial e arquivou o inquérito, dando fim a esse pesadelo. Agora ele pode seguir sua vida, sem mancha na sua ficha criminal. Logicamente vai sofrer bastante reflexo na sua vida pessoal. A gente sabe que é uma acusação grave, mas ele pode seguir sua vida, pode voltar a trabalhar, concluir seu curso (de Educação Física) com dignidade", falou o advogado à rádio Itatiaia nessa terça-feira (12).
O inquérito da Polícia Civil foi concluído após duas semanas de investigação. A PC decidiu pelo não indicamento do rapaz e alegou que não foram encontrados elementos que sustentassem as denúncias.
Questionado se iria entrar com alguma ação no sentido de buscar danos morais, o advogado afirmou que sim. "Agora com muita segurança, agora um advogado cível tomará todas as providências no sentido de buscar os danos morais e materias sofridos e que seja reparado no seu mínimo legal".
Após saber do arquivamento da denúncia, o estudante de Educação Física enviou áudio para as mães do Magnum, que foi veiculado também na rádio. "Independente de tudo, aprendi muita coisa, sem vocês não estaria aqui hoje. Estou extremamente feliz, graças a Deus o caso foi arquivado, eu venci mais uma batalha, mais uma batalha na minha vida, com 22 anos. Agora é dar a volta por cima e retonar minha vida como sempre foi", disse.
A reportagem do Hoje em Dia procurou pelo Ministério Público e aguarda retorno. A direção da escola também foi procurada, mas ainda não se pronunciou. Na época da coclusão do inquérito policial, a escola divulgou nota informando que a decisão de afastamento do colaborador teve "o duplo objetivo de resguardar a integridade da família e do colaborador e de permitir que o inquérito pudesse tramitar de forma isenta".
"Cumprimos nosso papel perante a sociedade, as famílias, nossos educadores e as autoridades competentes. Estando a investigação concluída, permanece o compromisso já firmado com o colaborador afastado de manter sua vaga garantida tão logo ele queira e possa retomar suas atividades", informou na ocasião.
A mãe que fez a denúncia inicial também foi procurada, mas não atendeu as ligações.
Relembre
A primeira denúncia foi feita em 3 de outubro. Uma mãe procurou a polícia e relatou “que seu filho, de 3 anos, ficava tentando beijar sua boca, atitude não comum entre mãe e filho”. Ela disse também que, ao questionar o comportamento, ele respondeu que teria aprendido isso com o suspeito. Ainda de acordo com a mãe, o aluno "foi forçado a tocar no pênis do autor e que o autor tocou no pênis da vítima”. Segundo a Polícia Militar, a mãe voltou a questionar a criança, que, por sua vez, fez gestos indicando que teria feito sexo oral com o rapaz.
O segundo caso teria sido semelhante, com a criança relatando situações parecidas. Outros casos também foram denunciados, sendo sete no total.
A PC após decidir pelo não indiciamento do rapaz informou que foram analisadas 30 horas de imagens do colégio, com foco nas aulas de Educação Física; avaliados áudios enviados por pais, interpelando os filhos sobre os casos; realizados mandados de busca e apreensão na casa do então suspeito; feitos exames de corpo delito em algumas crianças; levantada a vida pregressa do suspeito; e feitas avaliações psicológicas de representantes legais das crianças e das crianças. Diante de todo levantamento, não foi encontrado nada contra o rapaz.
Quanto às denúncias que surgiram após a primeira, a Polícia Civil acredita que elas ocorreram devido a vários fatores como a ampla divulgação nas redes sociais e na imprensa do caso, além da abordagem inadequada feita pelos pais aos filhos.