IMUNIZAÇÃO

A primeira morte por febre amarela em Minas Gerais em 2025 acendeu um alerta para a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG). De acordo com o chefe da pasta, Fábio Baccheretti, crianças não vacinadas e pessoas acima dos 65 anos que se vacinaram há muito tempo são o alvo da Secretaria, que busca imunizá-los contra a doença.

“Há um caso de óbito por febre amarela no Sul de Minas. Não sabemos se pegou a doença aqui ou em outro local. Nossa equipe está atuando especialmente com as crianças não vacinadas ou pessoas que tomaram a vacina há muito tempo atrás. Estamos buscando essas pessoas, estamos de olho na febre amarela. O alerta é estar vacinado. Vá ao posto de saúde e garanta sua preocupação”, diz Bacchereti.

De acordo com o secretário, o período sazonal é marcado por um clima tropical, principalmente na região da Mata Atlântica, ocasionando aumento de mosquitos transmissores. A SES-MG confirmou, nessa segunda (3/2), que um morador de Extrema, no Sul de Minas, morreu em decorrência da doença. Este é o segundo caso positivo para a doença no atual período sazonal, que engloba as notificações de julho de 2024 a junho de 2025.

O primeiro caso de contaminação pela arbovirose foi notificado ao Governo de Minas em 7 de janeiro deste ano. O paciente é um homem, de 65 anos, morador de Camanducaia, no Sul do estado. Ele está internado em um hospital de São Paulo, onde faz tratamento oncológico para tratar um linfoma, mas não corre risco de morrer.

A suspeita é que a contaminação tenha sido no sítio do paciente, localizado próximo à cidade de Itapeva, também no Sul de Minas. Conforme o governo estadual, recentemente foi determinado que o município era uma “área de epizootia”, ou seja, foi registrado a contaminação de um número de animais ao mesmo tempo, podendo, ou não, levar à morte desses.

No último período sazonal de 2023/2024, foram computados dois óbitos. Um registrado em 2024 em Águas de Lindóia, em São Paulo. Na época, o local provável de infecção foi Monte Sião, na mesma região das contaminações em 2025. Já em 2023, foi confirmado um óbito no município de Monte Santo de Minas, localizado na Regional de Saúde Passos. Nesse caso, o paciente era do sexo masculino, não vacinado, com histórico de deslocamento para São Sebastião do Grama, em São Paulo.

Vacinação

O Ministério da Saúde divulgou, no domingo (2/1), um alerta sobre o aumento de casos de febre amarela em Minas Gerais, além de São Paulo, Roraima e Tocantins. Segundo o documento, foram registrados nove casos em humanos e 33 em macacos em todo o Brasil. Diante do cenário, a principal recomendação da SES-MG é a vacinação.

“Com a chuva, nós temos aumento dos mosquitos, ou seja, podemos ter a febre amarela se não estivermos vacinados. A nossa equipe está com um atendimento especial, buscando a vacinação das pessoas, especialmente as crianças não vacinadas, ou daquelas acima de 65 anos que não foram vacinadas há muito tempo atrás para se vacinar”, diz o chefe da pasta.

Desde 2018, a vacina contra a febre amarela está disponível gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Brasil. A vacina deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco e é indicada a partir dos nove meses de idade, sendo que pessoas com mais de 60 anos devem ser avaliadas previamente pelo médico especialista.

“Temos quase 87% [da população mineira vacinada contra febre amarela], mas temos aí uma parte da população que não está vacinada. Então, estamos buscando essas pessoas para garantir a proteção. Estamos de olho, porque a febre amarela tem uma letalidade muito alta”, conclui o secretário Estadual de Saúde.

De acordo com a SES-MG, 20% a 50% dos casos graves podem levar ao óbito. Não há um tratamento específico para a febre amarela, apenas o manejo dos sintomas e cuidados intensivos em casos mais sérios.