Historicamente, setembro é o mês com maior incidência de incêndios e começou de forma preocupante para Minas Gerais. Das 18h de sexta-feira (30/8) até o meio-dia desta segunda-feira (2/9), foram registrados, pelo menos, 1.155 chamados em vegetação em todo o estado, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).

 

“Essa demanda, em um único fim de semana, é bem acima da média. Isso já é um cenário alarmante, mas não podemos dizer que estamos surpresos. Conhecemos o mês de setembro, que geralmente é o mais crítico do período de estiagem, e, sabendo das previsões meteorológicas de onda de calor, muitos dias sem chuva e altas temperaturas, já sabíamos que esse cenário mais crítico estava se aproximando”, afirma Henrique Barcellos, tenente do CBMMG.

Alguns incêndios, como o registrado neste domingo em Nova Lima, podem colocar em risco edificações por estarem muito próximos a áreas urbanas. Segundo Barcellos, essa também é uma característica dos focos neste período.

“Esse tipo de incêndio acontece com mais frequência no mês de setembro. Para esse cenário específico, temos meios de prevenção orientados à população, como a construção de um aceiro em volta das edificações. Mas, na maioria das vezes, essas orientações não são cumpridas na prática e acabam fazendo falta”, declara o oficial.

Onda de calor e estiagem

Os dados mostram uma escalada mês a mês dos registros de incêndios em 2024. Desde abril, início do período de estiagem, o estado já soma pelo menos 19.016 focos. Somente em agosto deste ano foram 5.935 registros, batendo o recorde para o mês.

O cenário está relacionado às temperaturas acima da média para a estação. Nesta segunda-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de onda de calor que prevê temperaturas 5°C acima da média até a próxima quarta-feira (4/9). Cerca de 537 cidades de Minas Gerais, incluindo a capital e cidades do entorno, devem sentir a elevação nas temperaturas.

 

Outro fator importante é a falta de chuvas. Belo Horizonte, por exemplo, está há 138 dias sem precipitações significativas. O Inmet também emitiu um alerta para tempo seco, com previsão de umidade relativa do ar variando entre 20% e 30% para esta tarde.