PRIVATIZAÇÃO
 
Os passageiros que dependem do metrô que liga Belo Horizonte a Contagem, na Região Metropolitana, podem ficar na mão a partir da próxima quinta-feira (25) caso os metroviários decidam por realizar uma nova paralisação dos serviços, conforme discutido em uma assembleia da categoria realizada na última segunda-feira (22). 

A decisão dos trabalhadores depende exclusivamente de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que vai julgar na quinta-feira (23) o processo de desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Os trabalhadores que atuam em Minas Gerais são contra o processo e alegam que a medida poderia colocar em risco mais de 1,6 mil empregos, segundo uma previsão do Sindicato dos Metroviários (Sindimetro-MG).


“O que queremos é que haja um pedido de vista neste julgamento porque o parecer que saiu do corpo técnico do TCU está ignorando uma notícia de fato que a gente tinha Ministério Público do Trabalho, apontando que há um risco de lesão aos contratos de trabalhos e demissão em massa, caso a desestatização seja aprovada”, disse o presidente do Sindimetro-MG, Daniel Glória Carvalho.


O julgamento será acompanhado por uma comitiva dos funcionários da CBTU de Belo Horizonte que se deslocaram, em caravana, para Brasília. O julgamento ocorre a partir das 14h30. Caso a desestatização seja aprovada, a greve deve começar às 0h de quinta-feira (25).

Nova paralisação


No início do ano, a categoria ficou mais de 40 dias parada entre os meses de março e maio. A paralisação ficou conhecida como a maior paralisação da história desse transporte na capital.

Privatização


O projeto de privatização do metrô em Belo Horizonte depende da cisão entre a CBTU Minas e a CBTU Brasil. Além de BH, a estatal sediada no Rio de Janeiro também é responsável pela administração do transporte sob trilhos em João Pessoa, Maceió, Natal e Recife.


Quem vencer o leilão e arrematar a CBTU mineira será responsável por operar as linhas 1 e 2 do metrô da cidade - sendo que essa é apenas um projeto. Estão previstos investimentos de R$ 3,8 bilhões, sendo R$ 2,8 bilhões com recursos da União e R$ 400 milhões provenientes do governo de Minas Gerais O restante deverá ser desembolsado pela empresa privada que assumir a operação do serviço.