Segundo instituto, a última vez que choveu tanto no mês de março em BH foi em 1985. Desde 1916, este foi o terceiro março mais chuvoso.

Por Humberto Trajano, G1 MG, Belo Horizonte

O mês de março de 2018 foi o mais chuvoso em Belo Horizonte dos últimos 33 anos, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (inmet). A precipitação registrada na capital mineira foi de 391,3 milímetros; 139% a mais que a média histórica para o mês, que é 163,5 mm.

Ainda conforme o Inmet, desde 1916, que choveu 469,4 mm, este é o terceiro março mais chuvoso em Belo Horizonte; em 1985, a precipitação foi de 412 mm. A contagem de chuva no instituto começou em 1910.

No mês que acabou, a tempestade que provocou mais estragos aconteceu na tarde do dia 16, uma sexta-feira, carros foram arrastados na Avenida Francisco Sá, no Prado, Região Oeste da capital, a mais atingida. Várias ruas foram alagadas, parte de uma casa desabou, ferindo duas mulheres, árvores caíram e bairros ficaram sem energia.

Muro de contenção na BR-356 ameaça casas no Morro do Papagaio, em BH (Foto: Reprodução/TV Globo)

Muro de contenção na BR-356 ameaça casas no Morro do Papagaio, em BH (Foto: Reprodução/TV Globo)

No início do mês, no dia 2 de março, a chuva forte foi entre a madrugada e a manhã. Crianças foram resgatas ilhadas em um escolar. No dia 14 de março, um afundamento de pista interditou um trecho da BR-356, que seguia em obras até a publicação desta reportagem. Crateras se abriram em várias vias da cidade e duas escolas públicas chegaram a ser interditadas. Apesar de todos os transtornos, não houve registro de mortes em março na capital mineira por causa da chuva.

“A chuva era esperada, mas o total surpreendeu. A previsão era que ficasse dentro da média e ligeiramente acima”, afirmou o meteorologista Luiz Ladeia.

Mais chuva nos próximos dias

Abril começou com a chegada de uma nova frente-fria em Belo Horizonte. Segundo o Inmet, desta segunda-feira (2) até quinta-feira (5) há perspectiva de chuva. A frente-fria veio do Sul do Brasil e chegou ao Sudeste. De acordo com Ladeia, ela está mais no oceano, mas a borda está pegando em Minas.