Segundo a Polícia Militar, pelo menos 400 manifestantes se reuniram na entrada da unidade em São Lourenço (MG).

Por G1 Sul de Minas

Manifestantes se reuniram na entrada da empresa Nestlé em São Lourenço (MG) (Foto: Rogério Brasil/O Popular.net)

Manifestantes se reuniram na entrada da empresa Nestlé em São Lourenço (MG) (Foto: Rogério Brasil/O Popular.net)

Um grupo de mulheres se reuniu na manhã desta terça-feira (20) para uma manifestação em frente à sede da empresa Nestlé, em São Lourenço (MG). O grupo, que pertence ao Movimento Sem Terra, fez uma manifestação contra a privatização de mananciais de águas e contra o governo do presidente Michel Temer. Uma proposta da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) pretende privatizar o manuseio de mananciais no Sul de Minas.

Os organizadores afirmaram que pelo menos 600 manifestantes participaram do ato. Para a Polícia Militar, o número de manifestantes foi de 400 a 450. Segundo a polícia, as manifestantes chegaram no local em um ônibus por volta das 6h e começaram o ato. A data foi escolhida por conta da realização do Fórum Mundial da Água que começou no último sábado (17) em Brasília (DF).

Ainda segundo a polícia, que acompanhou o ato, houve confusão na chegada das manifestantes, muros foram pichados e algumas placas na entrada da unidade foram quebradas. Segundo o grupo, dois ônibus que chegaram com as manifestantes foram apreendidos.

Exploração das águas

As fontes de água mineral de São Lourenço foram descobertas em meados do século 19 e logo atraíram muitas pessoas. A concessão pra que elas fossem usadas de forma comercial foi dada em 1890, quando a cidade começou a ser construída. A Nestlé, multinacional suíça, chegou à cidade em 1992, quando comprou a empresa responsável pelo envasamento da água e assumiu as atividades. Ela é responsável também pelo Parque das Águas, principal ponto turístico da cidade.

Atualmente, a empresa é responsável pela manutenção das 10 fontes da cidade. Nove ficam no parque e são de uso exclusivo dos visitantes. A outra fonte, chamada Oriente, fica dentro da empresa e é dela que sai a água comercializada em todo o país. Mesmo com a captação, a água da fonte Oriente segue também pra um fontanário público, onde a população pode pegar água de graça.

Temor por novas privatizações

Membros de organizações não governamentais e associações de proteção ambiental na região do Circuito das Águas de Minas Gerais estão preocupados com a proposta de privatização do manuseio dos mananciais de água feita pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig).

Na prática, a companhia lançou um edital em busca de um parceiro no ramo alimentício ou de bebidas que possa assumir e exercer a exploração da água nos municípios de Caxambu, Cambuquira e Lambari, no Sul do Minas.

Originalmente, a Codemig possui a concessão de exploração das fontes de águas mineiras nos municípios de Araxá, Caxambu, Cambuquira e Lambari.