PANDEMIA


O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil anunciou a manutenção do funcionamento do comércio da cidade no atual patamar, mas disse que revisará as medidas na semana que vem caso os indicadores de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e de enfermaria e a transmissão da Covid-19 permaneçam em alta.

"Nós estamos avisando a população, ao comércio, aos prestadores de serviço, que em uma semana, se os níveis continuarem como estão e não havendo o decréscimo que nós esperamos, a cidade entrará num nível de fechamento, com apenas o comércio essencial aberto", afirmou Kalil.


O prefeito disse ainda que espera que com a queda de moradores em Belo Horizonte no fim de ano, já que muitas pessoas viajam para o interior, os índices de Covid-19 caiam. "Sabemos que Belo Horizonte é um exportador de turistas. Não é um importador. Então, cai o movimento da cidade. Queremos ter a esperança de que com essa diminuição e com um pouco de responsabilidade nós não tenhamos que sacrificar empregos, empresários e retornar ao fechamento da cidade. Então, que a população de BH saiba que nós estamos numa semana decisiva", complementou.

Ele pediu também que as pessoas não se aglomerem nas festas de fim de ano. "Quem quer ver seu ente querido, pai, mãe, avó, amigo mais velho, que se comporte pelo menos uma vez no ano porque a situação é grave, é muito grave e nós estamos na praia. A vacina está chegando, nós estamos na praia depois de nadar tanto. Então como diz o velho provérbio, pelo amor de Deus não vamos morrer na praia", concluiu. 

O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, destacou que apesar da pressão para o fechamento "não é prudente tomar medidas intempestivas sem analisar todos os dados", se referindo a não saber ainda como ficará os números após Natal e Ano Novo. "Não temos parâmetro para fechar, mas estamos muito preocupados com o que vai acontecer na semana que vem, principalmente as pessoas que estão se reunindo e as que estão viajando", ressaltou.

O secretário ainda deixou claro que fazer testes para coronavírus e depois se reunir não é prudente, já que um resultado negativo não significa que a pessoa não esteja contaminada.  "Sabemos que se as pessoas continuarem se aglomerando, fazendo festas, mesmo que pequenas festas, podem se contaminar. Lembrando que um exame negativo não é garantia de que a pessoa não está contaminada. 'Eu vou me encontrar com amigos, que teste eu faço?', nenhum teste é capaz de assegurar. Não é pra fazer teste com esse objetivo. O que é pra fazer é não aglomerar, usar máscara e lavar as mãos".

O infectologista e membro do Comitê de Combate ao Coronavírus, Unaí Tupinambás, reforçou o que foi dito pelo secretário, dizendo que os testes não são "passaportes" para as festas. "Exemplo emblemático é o evento na Casa Branca, na posse da juíza da Suprema Corte. As pessoas que estavam no evento fizeram o teste, todos negativos e foi nesse evento que o então presidente (Donald Trump) se contaminou. Teve problemas em Liverpool quando usaram o teste, pessoas infectadas não foram detectadas. É ilusão achar que fazer o teste dá um passaporte", enfatizou. 

Ocupação de leitos de UTI para Covid-19 está em nível vermelho em Belo Horizonte

A capital mineira está com a ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para a Covid-19 em nível vermelho, que significa atenção. Até esta terça-feira (29), 78,8% dos leitos estavam ocupados na rede pública e particular. Já a ocupação de leitos de enfermagem para o novo coronavírus estava em 63,5%, nível amarelo, o que significa atenção e a taxa de transmissão da doença em 0,95, nível verde que significa estável. 

A cidade está com 62.286 casos confirmados da doença e 1.846 óbitos. Ao todo 57.540 pessoas já se recuperaram da doença e 2.900 estão em acompanhamento. 

Lojistas e donos de bares se posicionaram contra o fechamento antes da coletiva