Funcionários da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) protestaram, na manhã desta segunda-feira (13), exigindo melhores condições de trabalho no enfrentamento à Covid-19. Inicialmente, a intenção dos servidores era paralisar parcialmente os serviços em todas as unidades da rede, como os hospitais Eduardo de Menezes, João XXIII e Júlia Kubitschek, por exemplo.

No entanto, a Justiça vetou a greve e impediu que os trabalhos fossem suspensos, ainda que provisoriamente, nas unidades de saúde. A decisão do Tribunal de Justiça atendeu a um pedido da Fhemig. "(...) É público e notório, dispensando prova, o grave momento que não só o Brasil mas todo planeta está vivenciando. No caso de Minas Gerais, o quadro de pandemia está a se agravar a cada hora (....). A garantia da saúde pública é bem, no momento, maior do que demandas trabalhistas coletivas ou individuais dos profissionais da saúde", diz trecho da liminar.


Mesmo sem poderem cruzar os braços, cerca de 60 servidores se concentraram na Praça da Assembleia para protestar. Presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnico Operacional de Saúde, Analisa de Sistema de Saúde e Auxiliar de Apoio a Saúde (Sindpros), Carlos Augusto de Passos Martins alega que a categoria reivindica melhores condições de trabalho, inclusive equipamentos.

"O indíce de contaminação tem sido alto dentro dos hospitais. Os pacientes internados estão sendo infectados e achamos que um dos motivos é porque não estão testando os funcionários adequadamente. Estamos sendo um agente transmissor", afirma o sindicalista. Além disso, ele diz que a Fhemig não está afastando os servidores que testam positivo para o vírus.

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Lucas Prates/Hoje em Dia

A Fhemig rebateu as denúncias e garantiu cumprir todos os protocolos clínicos e as determinações do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, "que preconizam a testagem de profissionais sintomáticos, sendo que casos suspeitos são afastados". A fundação também declarou que, até o momento, menos de 3% dos servidores teve Covid-19. "Mesmo assim, nos cabe destacar que esses profissionais, em função da pandemia, estão se desdobrando em várias unidades de saúde e não é possível, assim, identificar a origem da infecção", disse.

A fundação reconheceu que o momento é difícil, mas declarou que tem feito esforços para garantir assistência a todos os pacientes. "Como uma das maiores redes hospitalares do país, totalmente SUS, temos conseguido superar muitas dificuldades graças à efetividade e ao planejamento de nossas ações, mas, principalmente, por causa do empenho daqueles que acreditam e lutam por uma saúde pública, universal e integral"