array(31) {
["id"]=>
int(123146)
["title"]=>
string(78) "Ideologias ficam em segundo plano na corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte"
["content"]=>
string(3885) "Uma disputa com candidatos que atravessam todo o espectro ideológico, mas que dificilmente será definida pela posição política. Em tempos de polarização acirrada, a corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte mostra uma tendência de vinculação à centro-direita, na definição dos próprios concorrentes. Muitas vezes até em desacordo com a linha dos partidos que representam. Casos de João Vítor Xavier (o Cidadania nasceu como legenda de orientação comunista e depois se transformou no Partido Popular Socialista); ou de Luísa Barreto, num PSDB que, ao longo de sua história sempre tendeu à centro-esquerda.
Algo que, para o cientista político Adriano Cerqueira, apenas reflete a perda de identidade das siglas e a preocupação pessoal em encontrar uma estrutura que permita concorrer em condições favoráveis. Além de uma busca de alinhamento com uma parcela da população que, a reboque da eleição presidencial, prefere uma cartilha conservadora nos costumes e liberal na economia. "Hoje é mais importante o eleitor se convencer da pessoa do candidato do que da questão ideológica em si. Para ganhar eleição, o posicionamento político não é tão importante".
Cerqueira cita como exemplo o do próprio prefeito e candidato à reeleição Alexandre Kalil (PSD), que concorreu em 2016 sem um viés definido. "Ele conseguiu uma coisa interessante que foi conquistar uma parcela do eleitorado mais à esquerda, que pode definir a disputa. Ao mesmo tempo, indica um candidato a vice (Fuad Noman) que tem abertura no empresariado, para reconquistar as pontes com o setor do comércio, insatisfeito com as decisões tomadas durante a pandemia". Fiel a seu estilo, o prefeito deixou claro como a questão ideológica fica em segundo plano na sua visão. "Isso não importa. Tem que esquecer essa história de que esquerda é quem cuida de pobre e que direita só gosta de rico. Tem que ajudar quem precisa".
Justamente pelo bom trânsito político de Kalil, o especialista acredita que a única possibilidade de uma disputa ideológica se daria com o nome mais à direita: o do deputado estadual Bruno Engler (PRTB). "Ele tem procurado ao máximo vincular sua imagem com a de Bolsonaro, e pode arrebanhar um número significativo de votos, o que poderia ser ainda mais significativo num eventual segundo turno, e fazer da disputa algo digno de ringue de boxe. Por outro lado, o voto de esquerda iria para seu adversário. Em todos os outros cenários a questão se dará no campo pessoal, na tentativa de construir e desconstruir uma imagem, não numa eventual polarização".
'Donos' de partido
Para o especialista, a lei está na raiz da perda de identidade das legendas. "Infelizmente a legislação eleitoral brasileira dá muito poder a quem é 'dono' do partido. Essa questão fica mais pessoal do que ideológica. Poucas legendas hoje têm uma forte carga ideológica, e normalmente estão nos extremos. Hoje o que se tem são grupos políticos em defesa de seus interesses".
"
["author"]=>
string(26) "Rodrigo Gini/ Hoje em Dia "
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(571465)
["filename"]=>
string(10) "bhelei.jpg"
["size"]=>
string(6) "131341"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "politica/"
}
["image_caption"]=>
string(0) ""
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(0) ""
["author_slug"]=>
string(24) "rodrigo-gini-hoje-em-dia"
["views"]=>
int(86)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(572)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(78) "ideologias-ficam-em-segundo-plano-na-corrida-pela-prefeitura-de-belo-horizonte"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(435)
["name"]=>
string(5) "Minas"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "minas"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(435)
["name"]=>
string(5) "Minas"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(7) "#a80000"
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "minas"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2020-10-19 11:02:11.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-01-19 23:15:47.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2020-10-19T11:00:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(19) "politica/bhelei.jpg"
}
Uma disputa com candidatos que atravessam todo o espectro ideológico, mas que dificilmente será definida pela posição política. Em tempos de polarização acirrada, a corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte mostra uma tendência de vinculação à centro-direita, na definição dos próprios concorrentes. Muitas vezes até em desacordo com a linha dos partidos que representam. Casos de João Vítor Xavier (o Cidadania nasceu como legenda de orientação comunista e depois se transformou no Partido Popular Socialista); ou de Luísa Barreto, num PSDB que, ao longo de sua história sempre tendeu à centro-esquerda.
Algo que, para o cientista político Adriano Cerqueira, apenas reflete a perda de identidade das siglas e a preocupação pessoal em encontrar uma estrutura que permita concorrer em condições favoráveis. Além de uma busca de alinhamento com uma parcela da população que, a reboque da eleição presidencial, prefere uma cartilha conservadora nos costumes e liberal na economia. "Hoje é mais importante o eleitor se convencer da pessoa do candidato do que da questão ideológica em si. Para ganhar eleição, o posicionamento político não é tão importante".
Cerqueira cita como exemplo o do próprio prefeito e candidato à reeleição Alexandre Kalil (PSD), que concorreu em 2016 sem um viés definido. "Ele conseguiu uma coisa interessante que foi conquistar uma parcela do eleitorado mais à esquerda, que pode definir a disputa. Ao mesmo tempo, indica um candidato a vice (Fuad Noman) que tem abertura no empresariado, para reconquistar as pontes com o setor do comércio, insatisfeito com as decisões tomadas durante a pandemia". Fiel a seu estilo, o prefeito deixou claro como a questão ideológica fica em segundo plano na sua visão. "Isso não importa. Tem que esquecer essa história de que esquerda é quem cuida de pobre e que direita só gosta de rico. Tem que ajudar quem precisa".
Justamente pelo bom trânsito político de Kalil, o especialista acredita que a única possibilidade de uma disputa ideológica se daria com o nome mais à direita: o do deputado estadual Bruno Engler (PRTB). "Ele tem procurado ao máximo vincular sua imagem com a de Bolsonaro, e pode arrebanhar um número significativo de votos, o que poderia ser ainda mais significativo num eventual segundo turno, e fazer da disputa algo digno de ringue de boxe. Por outro lado, o voto de esquerda iria para seu adversário. Em todos os outros cenários a questão se dará no campo pessoal, na tentativa de construir e desconstruir uma imagem, não numa eventual polarização".
'Donos' de partido
Para o especialista, a lei está na raiz da perda de identidade das legendas. "Infelizmente a legislação eleitoral brasileira dá muito poder a quem é 'dono' do partido. Essa questão fica mais pessoal do que ideológica. Poucas legendas hoje têm uma forte carga ideológica, e normalmente estão nos extremos. Hoje o que se tem são grupos políticos em defesa de seus interesses".