ÁREA HOSPITALAR

Trabalhadores dos hospitais da rede da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) realizaram um protesto nesta segunda-feira (5/4). Com faixas e cartazes, enfermeiros, técnicos, funcionários do administrativo, entre outros, se concentraram em frente ao Hospital João XXIII, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em uma manifestação contra cortes nos salários. 


O protesto começou por volta das 9h, com uma escala mínima de funcionários em paralisação para não prejudicar o atendimento aos pacientes. 


Segundo a Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), pelo segundo mês consecutivo, trabalhadores tiveram redução no salário. Isso ocorre desde a publicação de um decreto pelo governo em janeiro permitindo a redução dos vencimentos. 


“É uma gratificação que temos desde 2016. Ela chega ao valor de R$ 1.116 por mês, chega a 70% do salário. Neste mês, algumas pessoas tiveram o corte de até R$ 1 mil”, explica o presidente da Asthemg, Carlos Augusto Martins. Segundo ele, os trabalhadores da saúde têm lidado diariamente com sobrecarga de trabalho, com os hospitais cheios de pacientes COVID-19 e outras doenças, além do risco de contaminação pelo coronavírus. “Diante desse quadro, esperávamos que o governo nos valorizasse, e fomos surpreendidos por uma medida do governo que vem a nos penalizar”, lamenta. 


Martins disse à reportagem que a entidade acionou a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) para discutir a situação deles. “Nós entramos em contato, mostramos o prejuízo aos trabalhadores. No mês passado, o governo havia prometido que faria a revisão desse decreto, mas fomos surpreendidos novamente e o governo não cumpriu”, afirma. 

femig2.jpg

(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)


Ainda de acordo com o presidente da Asthemg, as condições de trabalho têm afastado profissionais que poderiam integrar os quadros dos hospitais. Ele também cobrou a vacinação dos servidores. “Temos um grupo de profissionais efetivos que estão afastados por serem de grupo de risco e teriam condições de estar trabalhando se fossem vacinados”, comenta. “Estamos com esse problema por uma questão gerencial. Reduzem o salário, não valorizando e não vacinando quem estaria apto para fazer o serviço. Não querem investir”, pontua o líder sindical. 


Por meio de nota enviada ao Estado de Minas nesta manhã, a Fhemig informou que “os descontos processados na folha de pagamento dos servidores são aplicados de acordo com o que determina a legislação vigente. Nos casos citados será necessária uma verificação específica sobre a questão informada”. A fundação também diz que vem dialogando com os demais órgãos do governo do estado para apresentar propostas que atendam às reivindicações dos servidores.  


A reportagem também procurou a Seplag, por e-mail, e aguarda resposta. Esta matéria será atualizada com o posicionamento da secretaria.