Pela primeira vez desde janeiro, macrorregião de saúde mineira avança para a onda verde, a fase mais flexível do programa Minas Consciente, criado para balizar a flexibilização das atividades e do isolamento social no estado em tempos de COVID-19. O avanço foi permitido ontem pelo Comitê Extraordinário COVID-19, grupo que se reúne semanalmente para avaliar os dados no estado. Outras sete macrorregiões – Centro, Centro-Sul, Jequitinhonha, Leste, Norte, Oeste e Triângulo do Norte –, que estavam na onda vermelha – a mais restritiva–, evoluem para a amarela, faixa intermediária do programa. Elas se unem à  Sudeste, que já estava nesta fase nas últimas semanas.

De acordo com o governo de Minas, o avanço nessas macrorregiões foi possível devido à queda consistente dos indicadores que medem a situação da pandemia no estado.  A taxa de incidência da doença, que quantifica a circulação do vírus na sociedade, recuou 29% na última semana e de 36% nos últimos 14 dias.

No caso da onda verde, ficam permitidas até mesmo atividades com grau alto de risco, como eventos sem limite de pessoas, desde que haja distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas, uso de máscara e higiene das mãos. Na onda amarela, atividades não essenciais sem classificação de risco alto podem ser retomadas. (Veja quadro.)


Agora, ainda seguem na onda vermelha as regiões Leste do Sul, Nordeste, Noroeste, Sul e Triângulo do Sul. No entanto, segundo o governo de Minas, nenhuma delas está mais sob classificação de Cenário Epidemiológico e Assistencial Desfavorável, o que inviabilizaria, por exemplo, a volta às aulas na rede pública estadual. Assim, todas as regiões do estado estarão autorizadas a retomar o ensino presencial com segurança e progressivamente.

A melhora dos indicadores também permitirá o avanço de 72 municípios com menos de 30 mil habitantes, que poderão progredir de onda independentemente da situação em que se encontra a macro ou a microrregião. Essas cidades registraram menos de 50 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

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(foto: Arte EM)

 


Cirurgias eletivas

Com o cenário atual, cirurgias eletivas ficam permitidas em todo o estado, seguindo critérios de acordo com a fase em que se encontra cada macrorregião. Nas cidades na onda vermelha, são autorizados procedimentos cirúrgicos em ambiente ambulatorial, uma vez constatado pelo médico assistente que o atraso do tratamento poderá levar a complicações e/ou ao aumento do risco de morte. Nas em onda amarela, são permitidos os da fase mais restritiva, além dos procedimentos cirúrgicos hospitalares que não demandem intubação orotraqueal ou sedação profunda. E na verde, todas as cirurgias eletivas ficam permitidas, cabendo ao gestor local e da unidade de atendimento analisar a disponibilidade de leitos, equipes, equipamentos e insumos hospitalares.

Em todas as ondas podem ser realizados procedimentos relacionados a transplantes, cirurgias cardiovasculares, oncológicas, neurológicas e neurológicas relacionadas ao processo dialítico, em estado de saúde mais grave.

Casos e mortes
A flexibilização autorizada pelo programa Minas Consciente, entretanto, não significa que os cuidados em relação à pandemia possam ser deixados de lado. Casos e mortes continuam a ser registrados em números relativamente elevados no estado. Ontem, o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou novas 218 mortes por COVID-19 em 24 horas. O estado agora acumula 47.596 óbitos desde o início da pandemia.

O número confirmados chega a 1.849.993 no estado, sendo que entre quarta e ontem foram registrados 6.428. Ainda segundo o relatório estadual, há 70.875 pacientes em acompanhamento. Essa classificação se refere a pessoas ainda em tratamento e  a registros em atualização por parte das secretarias municipais de saúde. Além disso, 7.551 pessoas tiveram alta no período de 24 horas. Recuperados do vírus da COVID-19 somam 1.731.522. 


*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra