PESO DA CHINA

Minas Gerais viu o faturamento do setor de mineração cair 38% no 3º trimestre de 2022, na comparação com mesmo período do ano passado. Isso significa uma queda de R$ 18 bilhões no valor arrecadado pelas empresas mineradoras no Estado.


A razão, segundo o  Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), é a redução no preço do minério de ferro puxado por uma queda da demanda da China, principal destino das exportações minerais do Brasil.

Dados divulgados pelo Ibram nesta quinta-feira (20) mostram uma queda de 37,3%, no terceiro trimestre, no valor do minério de ferro, principal produto da mineração nacional, representando 64% do faturamento do setor no país.


No entanto, a expectativa é a de que o ano que vem traga alívio e melhore os números do setor. “Neste ano, a China já sinalizou que busca resolver o problema das hipotecas, que geram instabilidade no país. Para 2023, esperamos uma melhora no câmbio e que a questão da política de Covid Zero, na China, esteja  resolvida”, avalia o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Julio Nery, em coletiva de imprensa.
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Investimento


Apesar da queda, o Ibram informou que as empresas do setor mantêm a perspectiva de investimentos para os próximos cinco anos em R$ 40,4 bilhões. A queda no faturamento também não teve efeitos na produção, que registrou estabilidade com um aumento de 3% no terceiro trimestre.


Os empregos no setor também não sofreram queda: eram 185 mil em janeiro e alcançaram 203 mil em agosto, segundo o Ibram.

Importações


Outro fator internacional pesou para o Brasil na balança comercial da mineração. A guerra entre Rússia e Ucrânia elevou o preço do potássio, principal produto mineral importado pelo país e tem uso principal associado aos fertilizantes agrícolas.


Como resultado, o Brasil teve um aumento de 87% no valor gasto para importar produtos minerais, passando de R$ 2,6 bilhões no terceiro trimestre de 2021 para R$ 12,1 bilhões neste ano, mesmo importando menos toneladas de produtos.


O Ibram evitou fazer previsões sobre esse cenário. “Uma solução política para a guerra traria, com certeza, melhores resultados para o setor”, afirmou Julio Nery.