Duzentas e setenta e duas mudas de árvores foram plantadas na área verde do Bairro Salgado Filho, em Brumadinho, próximo ao Cemitério Parque das Rosas, onde várias vítimas do rompimento da barragem da Vale, em 2018, estão sepultadas, na manhã deste sábado (29/10). A ação foi uma homenagem às vítimas da tragédia. Cada muda ganhou uma placa de identificação com o nome de uma das “Joias”, como as vítimas são chamadas pelos familiares. Quatro pessoas ainda não foram localizadas.

A atividade foi promovida pela Associação dos Familiares de Vìtimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AVABRUM) e pelo Instituto Camila Luiz Taliberti. Os participantes puderam plantar mudas de diversas espécies nativas da Mata Atlântica como: aroeira, pau-brasil, ipê amarelo, ipê roxo, paina e cedro.  
 
O local escolhido para a atividade - a área verde, na rua Érico Veríssimo, s/nº, no Bairro Salgado Filho - está sob a tutela da Brigada Carcará, que já promove ali uma ação de reflorestamento e vai oferecer todo suporte técnico para a manutenção das plantas. 

Uma das participantes da atividade, Tida Andrade, mãe de uma vítima, falou pela primeira vez sobre a tragédia. Ela disse que resolveu participar da ação de plantio para que surja uma vida em forma de árvore. 
 
Cada muda ganhou uma placa de identificação com o nome de uma das %u201CJoias%u201D, como as vítimas são chamadas pelos familiares(foto: Washington Alves / Avabrum / Divulgação)

“Eu perdi minha filha Natália. Nós havíamos conversado sobre a possibilidade de um rompimento da barragem e ela me dizia que não tinha medo, pois a mineradora Vale pregava a vida em primeiro lugar e prezava pela segurança. Hoje, após quase 4 anos, vir prestar uma homenagem não somente a ela, mas a diversas pessoas que conhecíamos, é uma forma de lembrarmos de todos com muito amor”, disse.

De acordo com a presidente da AVABRUM, Alexandra Andrade, a ideia do plantio de 272 árvores na área urbana de Brumadinho surgiu em conjunto com o Instituto Camila e Luiz Taliberti, que já havia feito a mesma coisa em São Paulo - cidade onde os irmãos moravam. “A participação dos familiares e da comunidade é muito importante para a gente conseguir manter a memória, honrá-los e homenageá-los, além de contribuir para a recuperação do meio ambiente”, disse.  

*Com informações de Avabrum