Enquanto o número de casos de Covid-19 cresce  e diversos estados brasileiros anunciam a proximidade do colapso na saúde, uma ala de CTI do Hospital Governador Israel Pinheiro, do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, está sendo usada como depósito de materiais. Desativada há alguns anos, a ala conta com 16 leitos praticamente prontos e que poderiam estar sendo usados para aumentar o potencial de Minas para lidar com a Covid-19.

Para que voltassem a funcionar, os leitos necessitariam apenas de uma reforma rápida, diz o médico Marco Antônio Salum, presidente da Associação dos Médicos do IPSEMG (AME-IPSEMG), frisando que o Instituto sabe o que está acontecendo.

De acordo com Marco Antônio, o presidente do IPSEMG, Marcus Vinícius de Souza, teria sido notificado da existência desses leitos em reunião realizada com a AME no dia 18 de março deste ano. Na ocasião, os representantes da Associação entregaram ao presidente do Instituto uma carta com uma série de reivindicações urgentes diante da pandemia de coronavírus, incluindo a revitalização do CTI mencionado.

Atualmente, o Hospital Governador Israel Pinheiro conta com 30 leitos de UTI para adultos e 18 para crianças. Com a reforma, passaria a ter 46 leitos de adulto, sendo que um dos novos leitos serviria para pacientes que necessitam de isolamento.

Além da reforma para colocar os leitos em operação, a carta continha uma extensa lista de requisições como a compra de respiradores; contratação de mais profissionais de saúde, como enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas; compra de equipamentos de proteção individual (EPIs), alguns em falta no Hospital; criação de uma sala no pronto-atendimento apenas para pacientes com suspeita de Covid e até mesmo o aumento da jornada de trabalho de alguns médicos de 15 para 24 horas.

Alguns itens que foram incluídos nessa lista, como ecocardiógrafos, importantes não só para examinar pacientes com coronavírus, já estavam sendo requisitados há mais tempo. Aparelhos para anestesiar pacientes a serem entubados, por exemplo, estão sendo pedidos há cerca de um ano e, enquanto isso, quatro salas do bloco cirúrgico estão fechadas.

As reivindicações não pararam por aí e foram novamente apresentadas ao IPSEMG no dia 3 de abril, mas até agora não existe nenhuma data para a reforma do CTI.