Fhemig pede a população para redobrar cuidados, já que insetos eclodem entre novembro e março
Três casos de intoxicação por contato com a lagarta lonomia, conhecida popularmente como “taturana”, atendidos em dez dias no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, preocupam a instituição. Os insetos eclodem principalmente entre novembro e março e, em contato com humanos, podem causar hemorragias e insuficiência renal e do fígado e até levar à morte. Os pacientes são de Belo Horizonte, Esmeraldas, na região metropolitana, e Paraopeba, na região Central de Minas. Todos já receberam alta.
De acordo com Adebal de Andrade Filho, médico toxicologista do hospital, as lagartas estão presentes em todo o Estado e possuem uma toxina que, em rápido contato com a pele, pode provocar um quadro grave de envenenamento. “Elas geralmente ficam no tronco de árvores frutíferas, juntas, e se confundem com ele. Só o encostar é suficiente para transmitir o veneno, que tem uma ação importante no organismo”, explica.
Segundo Andrade Filho, os primeiros sintomas são dor no local e vermelhidão, semelhantes aos sinais de uma queimadura. O veneno pode tornar o sangue incoagulável, e a pessoa passa a ter hemorragias: pode haver sangramentos na urina, na gengiva e em pequenas feridas na pele, por exemplo. Também pode ocorrer comprometimento do rim e do fígado.
Alerta
Para o médico, apesar de o número de casos não ser grande, a população deve ficar atenta. “É necessário que a pessoa busque o pronto-atendimento sempre que tiver contato com o inseto. É importante fotografar ou guardar o animal porque ele tem características que permitem que o médico defina o que deve ser feito”, afirma. A assistência médica deve ocorrer o mais rápido possível – existe um soro produzido no Brasil que neutraliza o veneno. “Quanto mais precoce for a neutralização, menores serão os efeitos e a chance de evolução para um quadro mais grave”.
Além disso, os casos devem chamar a atenção dos profissionais de saúde. “Estamos em uma época do ano em que surgem outras doenças hemorrágicas, como a dengue. Pode haver confusão no diagnóstico”, pontua.