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Doação ou indenização não devolvem o lugar, a memória e a história de Brumadinho

31/01/2019 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h41 por Paulo Atzingen* / diariodoturismo.com.br


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Dinheiro nenhum, seja indenização ou doação devolverá às famílias de Brumadinho(MG) o lugar, a memória e a sua história. Uma coisa que a tecnocracia, a economia de mercado e dinheiro demais faz é a perda total da sensibilidade e de um senso comum. Para algumas pessoas o dinheiro é a salvação de todas as causas e o remédio para todas as dores. Quando o poder político ou econômico transborda tudo fica mais ou menos mecânico e o sentido da vida perde-se em um emaranhado de desejos, de gula, de aspirações questionáveis.

Veja o que ocorreu com a Vale. Em sua fúria exploradora de minério tanto em Minas Gerais, quanto em Carajás, no Pará, a sede em atender os desejos de mercado internacionais (com sua doentia ideia fixa de explorar até a exaustão o ambiente) e atender o apetite dos acionistas resultou nessa chacina: 99 novos corpos encontrados e 259 ainda desaparecidos, até agora.

Enquanto o trabalho dos bombeiros e Defesa Civil continua em seu sexto dia após a tragédia o Comitê de Respostas Rápidas da Vale, anunciou a doação de R$ 100 mil que a mineradora fará às famílias das vítimas independe da indenização posterior.

“A partir desses postos organizados, critérios seguidos, contas bancárias estabelecidas, em até três dias, esse dinheiro estará na conta”, disse o porta-voz do comitê, Sérgio Leite.

100 mil reais deve ser o resultado do cálculo elaborado na prancheta dos engenheiros deste comitê. Embora o objetivo da Vale seja minimizar (sob o ponto de vista material) de forma imediata os impactos que a tragédia causou nos familiares, sob o ponto de vista humano, ético, social, essa indenização é ridícula.

Dinheiro nenhum devolverá a essas famílias o lugar que viviam. Lugar em seu sentido afetuoso, familiar, doméstico. Lugar no seu aspecto subjetivo constituído de cheiros, cores, sentimento de fraternidade, ligação com o habitat. O quintal das casas onde celebravam o aniversário das crianças. O pomar onde se colhia fruta no pé e se comia ali mesmo, o curral onde se chamava o animal pelo nome, a estrada que trazia um marido ausente, a varanda onde se ouvia estórias ao cair da tarde e onde os vizinhos se cumprimentavam. O astral dos caminhos, o canto do pássaro, a ponte sobre o riacho onde o mineirinho e a mineirinha se beijaram pela primeira vez. Dinheiro nenhum trará os peixes do rio, dinheiro nenhum substituirá a lembrança da pescaria ou do dia em que se aprendeu a nadar.

Dinheiro nenhum devolverá a essas famílias suas histórias, simples, mas carregadas de verdade. Histórias comuns mas de uma profundidade humana que nenhum calculista de mina ou de prancheta, ou monstro cavador de meio-ambiente, conseguiria perscrutar. Por quê? Porque não interessa a vida das pessoas. Interessa a economia de mercado e o quanto de lucro ou prejuízo se terá com os investimentos ali aplicados.

O monstro cavador junto a um conglomerado de empresas que exploram a mineração no Brasil já fizeram seus cálculos.  Para compensar o corte de 40 milhões de toneladas de ferro que resultará no fechamento de 10 barragens da empresa eles vão intensificar a exploração de ferro no Pará. O buraco tem que continuar a ser cavado para atender o mercado transoceânico.

O monstro, ou os monstros cavadores amam apenas aumentativos: milhão, exploração, trilhão. Detestam e matam todo diminutivo: passarinho, caminho, Brumadinho.

 
 
*Paulo Atzingen é jornalista
 
 
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Veja o que ocorreu com a Vale. Em sua fúria exploradora de minério tanto em Minas Gerais, quanto em Carajás, no Pará, a sede em atender os desejos de mercado internacionais (com sua doentia ideia fixa de explorar até a exaustão o ambiente) e atender o apetite dos acionistas resultou nessa chacina: 99 novos corpos encontrados e 259 ainda desaparecidos, até agora.

Enquanto o trabalho dos bombeiros e Defesa Civil continua em seu sexto dia após a tragédia o Comitê de Respostas Rápidas da Vale, anunciou a doação de R$ 100 mil que a mineradora fará às famílias das vítimas independe da indenização posterior.

“A partir desses postos organizados, critérios seguidos, contas bancárias estabelecidas, em até três dias, esse dinheiro estará na conta”, disse o porta-voz do comitê, Sérgio Leite.

100 mil reais deve ser o resultado do cálculo elaborado na prancheta dos engenheiros deste comitê. Embora o objetivo da Vale seja minimizar (sob o ponto de vista material) de forma imediata os impactos que a tragédia causou nos familiares, sob o ponto de vista humano, ético, social, essa indenização é ridícula.

Dinheiro nenhum devolverá a essas famílias o lugar que viviam. Lugar em seu sentido afetuoso, familiar, doméstico. Lugar no seu aspecto subjetivo constituído de cheiros, cores, sentimento de fraternidade, ligação com o habitat. O quintal das casas onde celebravam o aniversário das crianças. O pomar onde se colhia fruta no pé e se comia ali mesmo, o curral onde se chamava o animal pelo nome, a estrada que trazia um marido ausente, a varanda onde se ouvia estórias ao cair da tarde e onde os vizinhos se cumprimentavam. O astral dos caminhos, o canto do pássaro, a ponte sobre o riacho onde o mineirinho e a mineirinha se beijaram pela primeira vez. Dinheiro nenhum trará os peixes do rio, dinheiro nenhum substituirá a lembrança da pescaria ou do dia em que se aprendeu a nadar.

Dinheiro nenhum devolverá a essas famílias suas histórias, simples, mas carregadas de verdade. Histórias comuns mas de uma profundidade humana que nenhum calculista de mina ou de prancheta, ou monstro cavador de meio-ambiente, conseguiria perscrutar. Por quê? Porque não interessa a vida das pessoas. Interessa a economia de mercado e o quanto de lucro ou prejuízo se terá com os investimentos ali aplicados.

O monstro cavador junto a um conglomerado de empresas que exploram a mineração no Brasil já fizeram seus cálculos. Para compensar o corte de 40 milhões de toneladas de ferro que resultará no fechamento de 10 barragens da empresa eles vão intensificar a exploração de ferro no Pará. O buraco tem que continuar a ser cavado para atender o mercado transoceânico.

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