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string(89) "Diretores da Vale receberão 19 milhões por desempenho no ano da tragédia de Brumadinho"
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A assembleia que aprovou os bônus, ocorrida na quinta-feira (30/4) também decidiu retomar e distribuir outros R$ 29,8 milhões referentes ao desempenho em 2018. Os valores foram suspensos logo após a tragédia e serão divididos entre executivos que não estão sendo investigados.
Mesmo apontado um prejuízo de R$ 6,7 bilhões, a companhia entendeu que os executivos cumpriram metas de sustentabilidade e reparação de danos do desastre. Balanço divulgado no dia 28, a Vale registra que pagou R$ 3,6 bilhões em indenizações e ações emergenciais, para 7 mil pessoas. Entre os diretores com direito ao bônus, os quatros executivos na direção da empresa durante o rompimento são Luciano Siani, de Suporte ao Negócio, Alexandre Pereira, de Relações Institucionais, Luiz Eduardo Osório e o atual presidente Eduardo Bartolomeo, à época diretor de Não Ferrosos.
Sócios minoritários e o BNDES votaram contra a decisão, mas foram votos vencidos diante dos acionistas que detém 60% das ações, entre eles o Bradesco e Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
A notícia revoltou a população da cidade e associação que reúne familiares de vítimas e atingidos no rompimento da barragem AVABRUM, divulgou a seguinte nota:
“Para a AVABRUM, Associação dos Familiares de vítimas e atingidos do Rompimento da Barragem de Córrego Feijão em Brumadinho, a informação do retorno da premiação/bônus aos acionistas e diretores da Vale é mais uma afronta e motivo de indignação das famílias das 272 vítimas. Vidas que foram ceifadas, por uma empresa que gerenciou por anos a cultura do erro, mas que em placas e processos internos prega a vida em primeiro lugar.
Em janeiro deste ano, a Polícia Federal e o Ministério Público divulgaram o relatório final, no qual é fato consumado que a Vale sabia das condições de risco da Barragem BI e outras nove barragens no Brasil. No entanto, com uma cultura enraizada em administrar erros, optou por deixar como está, negligenciou números, laudos e hoje vivemos o luto de 272 vidas.
No relatório desses órgãos competentes, 16 pessoas foram indiciadas e até o presente momento ninguém foi preso. Se a empresa está preocupada em recompensar seus acionistas e diretores, deveria primeiro pensar na reparação de todas as 272 famílias e comunidades atingidas.
Em julho de 2019, a Vale fechou um acordo aviltante de indenização trabalhista com Ministério Público do Trabalho (MPT) e durante meses, lutamos para que as indenizações fossem próximas do que a própria Vale informava em seus relatórios executivos, que num eventual rompimento da Barragem B1, que cada familiar de vítima receberia uma quantia próxima a R$ 10 milhões. Porém, o acordo firmado ficou muito abaixo deste patamar e muitos familiares que aderiram a este acordo logo após a celebração do mesmo, ainda aguardam o pagamento, principalmente os valores devidos pelo DANO MATERIAL, que hoje é objeto de divergências para várias famílias, devido às discordâncias no cálculo do dano material.
Há situações de divergências, que a empresa manifesta no processo posicionando contraria aos valores, o que cria ainda mais morosidade ao processo e dor aos familiares. O sofrimento dos familiares é grande demais, continuamos presos a lama do dia 25 de janeiro de 2019. Vida não tem reparação. Seguimos aguardando o retorno das buscas e o encontro das 11 JOIAS (11 famílias que ainda não tiveram o direito de sepultar seus familiares). Nesse momento de Pandemia, as operações da Vale/SA seguem, mas as buscas foram interrompidas. Nossas vidas estão paralisadas também, pois seguimos aguardando nossas 11 JOIAS. Nos solidarizamos com as famílias que perderam suas JOIAS pelo COVID-19 e sabemos a dor que é não poder se quer despedir de seu ente querido. Não vamos desistir até encontrar a última joia!” Onze pessoas ainda estão desaparecidas."
Procurada pela reportagem, a assessoria da Vale encaminhou a seguinte nota ao Estado de Minas: “A Vale segue comprometida com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho e com o suporte aos atingidos. Até o momento, quase 7.000 pessoas estão contempladas em acordos de indenização civil ou trabalhista já assinados, que totalizam, com as indenizações emergenciais pagas, cerca de 3,6 bilhões de reais.”
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A assembleia que aprovou os bônus, ocorrida na quinta-feira (30/4) também decidiu retomar e distribuir outros R$ 29,8 milhões referentes ao desempenho em 2018. Os valores foram suspensos logo após a tragédia e serão divididos entre executivos que não estão sendo investigados.
Mesmo apontado um prejuízo de R$ 6,7 bilhões, a companhia entendeu que os executivos cumpriram metas de sustentabilidade e reparação de danos do desastre. Balanço divulgado no dia 28, a Vale registra que pagou R$ 3,6 bilhões em indenizações e ações emergenciais, para 7 mil pessoas. Entre os diretores com direito ao bônus, os quatros executivos na direção da empresa durante o rompimento são Luciano Siani, de Suporte ao Negócio, Alexandre Pereira, de Relações Institucionais, Luiz Eduardo Osório e o atual presidente Eduardo Bartolomeo, à época diretor de Não Ferrosos.
Sócios minoritários e o BNDES votaram contra a decisão, mas foram votos vencidos diante dos acionistas que detém 60% das ações, entre eles o Bradesco e Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
A notícia revoltou a população da cidade e associação que reúne familiares de vítimas e atingidos no rompimento da barragem AVABRUM, divulgou a seguinte nota:
“Para a AVABRUM, Associação dos Familiares de vítimas e atingidos do Rompimento da Barragem de Córrego Feijão em Brumadinho, a informação do retorno da premiação/bônus aos acionistas e diretores da Vale é mais uma afronta e motivo de indignação das famílias das 272 vítimas. Vidas que foram ceifadas, por uma empresa que gerenciou por anos a cultura do erro, mas que em placas e processos internos prega a vida em primeiro lugar.
Em janeiro deste ano, a Polícia Federal e o Ministério Público divulgaram o relatório final, no qual é fato consumado que a Vale sabia das condições de risco da Barragem BI e outras nove barragens no Brasil. No entanto, com uma cultura enraizada em administrar erros, optou por deixar como está, negligenciou números, laudos e hoje vivemos o luto de 272 vidas.
No relatório desses órgãos competentes, 16 pessoas foram indiciadas e até o presente momento ninguém foi preso. Se a empresa está preocupada em recompensar seus acionistas e diretores, deveria primeiro pensar na reparação de todas as 272 famílias e comunidades atingidas.
Em julho de 2019, a Vale fechou um acordo aviltante de indenização trabalhista com Ministério Público do Trabalho (MPT) e durante meses, lutamos para que as indenizações fossem próximas do que a própria Vale informava em seus relatórios executivos, que num eventual rompimento da Barragem B1, que cada familiar de vítima receberia uma quantia próxima a R$ 10 milhões. Porém, o acordo firmado ficou muito abaixo deste patamar e muitos familiares que aderiram a este acordo logo após a celebração do mesmo, ainda aguardam o pagamento, principalmente os valores devidos pelo DANO MATERIAL, que hoje é objeto de divergências para várias famílias, devido às discordâncias no cálculo do dano material.
Há situações de divergências, que a empresa manifesta no processo posicionando contraria aos valores, o que cria ainda mais morosidade ao processo e dor aos familiares. O sofrimento dos familiares é grande demais, continuamos presos a lama do dia 25 de janeiro de 2019. Vida não tem reparação. Seguimos aguardando o retorno das buscas e o encontro das 11 JOIAS (11 famílias que ainda não tiveram o direito de sepultar seus familiares). Nesse momento de Pandemia, as operações da Vale/SA seguem, mas as buscas foram interrompidas. Nossas vidas estão paralisadas também, pois seguimos aguardando nossas 11 JOIAS. Nos solidarizamos com as famílias que perderam suas JOIAS pelo COVID-19 e sabemos a dor que é não poder se quer despedir de seu ente querido. Não vamos desistir até encontrar a última joia!” Onze pessoas ainda estão desaparecidas."
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