Faixas e cartazes em evento de filiação traziam menção à candidatura do ex-presidente da Assembleia Legislativa

Flávia Ayer/em.com.br

O evento, na tarde desta quinta-feira, foi organizado pelo Solidariedade (SD) para filiar Dinis Pinheiro, dissidente do PP, e lançar a candidatura dele ao governo de Minas. Mas, na prática, a solenidade deixou em aberto os caminhos do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nas eleições de 2018.

Dinis, que ao sair do PP flertava com a chapa do ex-prefeito de BH Marcio Lacerda, disse, na entrada do evento, desconhecer que era o lançamento de sua candidatura. Ele afirmou que era somente a filiação.

As faixas e o material gráfico do evento, entretanto, traziam os seguintes dizeres: "Juntos vamos sonhar uma nova Minas Gerais". No palco, ele foi anunciado como o próximo governador do estado, ao som da bateria de escola de samba.

"Estou aqui pra servir. Outro dia uma jornalista me perguntou se seria candidato a senador ou governador. O que dignifica é o trabalho. Se for necessário, vou pegar na enxada pra servir meu povo. As conversas estão acontecendo num ritmo grande", disse Dinis.

Outro elemento que muda o cenário eleitoral é a possível candidatura do senador Antonio Anastasia ao governo de Minas, anunciada na semana passada. Questionado se seria possível uma coligação com o PSDB, Dinis repetiu que o momento é de diálogo. "Anastasia é meu amigo e tem uma vida honrada. Não descarto nada", afirmou.

Uma das possibilidades discutidas nos bastidores é Dinis se candidatar ao Senado numa coligação com os tucanos, que lançaria Anastasia na cabeça da chapa e, como vice, o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM). O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, pressiona por uma candidatura própria.

"Dinis é candidato a qualquer coisa que ele quiser, mas se depender da direção nacional, ele é candidato ao governador. Por isso saímos de Brasília antes do aeroporto fechar", afirmou.

"Só depende dele. É claro que não vamos colocar uma faca no pescoço dele", disse Paulinho, ao lado de Dinis. "A sorte está lancada", respondeu o recém-filiado do Solidariedade.

Também dissidente do PP, o ex-governador Alberto Pinto Coelho, agora filiado ao PPS, prestigiou Dinis, com quem tem relação próxima. Ele disse que tanto Dinis quanto Anastasia são dois possíveis nomes para o governo. "É um dos nomes que buscamos para ser candidato, mas o que pretendemos como partido de oposição ao governo (Pimentel) é a criação de um consenso em torno de uma chapa única", disse.

Para uma definição, é aguardado o retorno de Anastasia de viagem. Pinto Coelho não se candidatará a nenhum cargo.