Um total de 144 corpos e segmentos corpóreos localizados pelo Corpo de Bombeiros aguarda identificação no Instituto Médico Legal (IML) de BH

A lista de 122 pessoas que permanecem desaparecidas após o rompimento da barragem I da mina de Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana, deve diminuir nos próximos dias. Um total de 144 corpos e segmentos corpóreos localizados pelo Corpo de Bombeiros aguarda identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, e a expectativa da corporação é que parte deles seja das vítimas. Além disso, as buscas continuam com máquinas pesadas, cães e mais de cem militares atuando todos os dias. Nessa sexta-feira (1), os bombeiros divulgaram um balanço da operação, considerada a maior da história do país.

Os 144 corpos e segmentos serão identificados por meio de DNA, devido ao estado de decomposição e à situação em que eles foram encontrados. O número, no entanto, não corresponde à quantidade de pessoas que serão identificadas, uma vez que mais de um segmento pode pertencer a uma mesma pessoa, e alguns podem ser de mortos já identificados anteriormente. "A lista de desaparecidos ainda deve diminuir bastante, a gente espera que pelo menos cerca de 50 vítimas sejam identificadas dentro dos 144", afirmou o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros. No total, os bombeiros recuperaram 358 corpos e segmentos corpóreos humanos. Desses, 223 possibilitaram a identificação de 186 mortos até o momento, o que corresponde a mais de 60% das 308 vítimas.

Nos últimos sete dias, a localização de todos os corpos e segmentos teve apoio de cães farejadores. Quando há indício de mortos em determinado local, seja por meio de cheiro ou manchas de sangue, por exemplo, uma equipe de intervenção rápida com cães é acionada, e o animal confirma ou não a existência de corpo no local.

De acordo com Aihara, a cada dia, as buscas se tornam mais difíceis, mas não há previsão de término da operação. Isso só deve acontecer diante da localização de todos os desaparecidos ou da impossibilidade de recuperação de corpos devido à questão biológica. "Todos os corpos que estavam em locais mais fáceis já foram achados, agora são segmentos menores, que estão mais profundos, em estado de decomposição bastante avançado. É como achar uma agulha no palheiro", disse o tenente. Reuniões são realizadas diariamente para avaliar o andamento dos trabalhos e a perspectiva de continuidade – até o momento, corpos e segmentos foram localizados todos os dias. Na última terça-feira, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Edgard Estevo da Silva, afirmou que a previsão era de mais 50 dias de busca, aproximadamente, com base na experiência em Mariana, na região Central.

Nessa sexta-feira (1), havia 58 máquinas em 14 frentes de trabalho e a atuação de 102 bombeiros militares.

Maior. A operação de busca e salvamento em Brumadinho é considerada a maior do país. Cerca de 1.800 bombeiros militares participaram dos trabalhos até o momento, além de efetivos de outras forças de segurança. Houve apoio do Corpo de Bombeiros de 12 Estados do país, da Força Nacional, das Forças Armadas e das tropas de Israel.

No primeiro mês de operação, foram feitos, em média, 299 pousos e decolagens por dia, o que resultou na maior movimentação aérea do Estado – no aeroporto de Confins, por exemplo, são realizados em média 260 pousos e decolagens por dia.