A visita de Papai Noel à loja onde trabalham Delorme Salomão, Bruna Reis, Camila Carvalho e Raissa Rodrigues alegrou as vendedoras, mas não o suficiente para que todas escolham usar o 13º salário para ir às compras neste Natal. Apenas Bruna vai usar o benefício para presentear a si própria e a parentes. As amigas usarão o extra para quitar compromissos ou fazer investimento.
Bruna ajuda a ilustrar uma estatística curiosa da Fecomércio: apenas um em cada 10 consumidores de Belo Horizonte vão usar o abono natalino nas compras do fim de ano. De todos os entrevistados, 9,8% irão seguir este caminho, percentual abaixo do apurado ano passado (18%).
Em nível nacional, a situação é diferente. Estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) constatou que mais brasileiros vão usar o extra para adquirir presentes. Na comparação com 2018, aumentou de 23% para 32%.
Embora uma minoria em BH vá usar o salário extra para as compras, a quantidade de pessoas que pretende destinar o 13º salário para quitar dívidas ou outros compromissos é tida como positiva por especialistas.
Isso porque o consumidor que quita o débito mantém o nome limpo para comprar a prazo. Segundo a Fecomércio, 46,4% dos belo-horizontinos usarão a renda extra para quitar dívidas, enquanto 15,7% pretendem aplicar o recurso ou guardá-lo para os compromissos em janeiro. Este último é o caso de Raissa Rodrigues: “Pretendo guardar o dinheiro”.
Volume de vendas
Na capital mineira, segundo pesquisa de outra associação representativa do comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), os consumidores deverão gastar R$ 3,39 bilhões, valor 3,62% a mais que no de 2018.
Quem for às compras pretende gastar, em média, R$ 102 por presente, segundo apurou a CDL-BH. A esperança dos lojistas, contudo, é que este valor seja um pouco maior: R$ 137,73. E que a clientela leve mais de um presente.
Qualquer que seja o valor, especialistas recomendam ao consumidor pesquisar preços e pechinchar.
“O ideal é fugir dos parcelamentos e negociar descontos atrativos nas lojas, preferencialmente pagando à vista. Pechinchar deve ser um hábito permanente do consumidor. As famosas lembrancinhas também podem ser recurso útil para quem quer presentear sem gastar muito”, avaliou o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.