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Donos de oficinas que fazem a instalação de kit gás em Minas Gerais reclamam de queda significativa pela procura do serviço, desde o ano passado. Na Eldorado Gás! Gás!, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, apenas neste mês de abril apareceu o primeiro cliente de 2023.
“A última instalação tinha sido em dezembro do ano passado. Nesta semana que chegou uma frotinha aqui de quatro veículos, mas que vai rodar no Rio de Janeiro. O trem está feio”, afirma Hudson Gonçalves de Oliveira, gerente e proprietário da empresa.
Atualmente, a procura na oficina é muito maior por interessados em desinstalar o kit gás. “No mês passado, foram 25 retiradas”, revela Oliveira.
No interior de Minas, esta situação também ocorre. Em Ipatinga, no Vale do Aço, a reclamação é a mesma na oficina Pardal, que também faz a instalação do kit gás. A proprietária Elisa Soares de Melo diz que os clientes sumiram.
“Desde que mudou a política de preços dos combustíveis líquidos, em julho do ano passado, as conversões zeraram em Minas”, diz.
No meio de 2022, os governos federal e estaduais reduziram os impostos sobre os combustíveis, numa tentativa de conter a disparada dos preços no período pré-eleitoral.
Na época, a União zerou os impostos federais - PIS, Cofins e Cide - para todos os combustíveis, incluindo o Gás Natural Veicular (GNV).
Já o Governo de Minas reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina de 31% para 18% e sobre o etanol de 16% para 9,29%. Já o gás natural ficou em 18%, mas com redução da base de cálculo para amenizar a cobrança.
Enquanto a gasolina e o etanol tiveram quedas de preço significativas com a redução dos impostos, o GNV teve uma diminuição mais leve no valor no ano passado.
Em junho de 2022, o preço médio do GNV no país estava em R$ 5,32, maior valor do ano, segundo dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL). O preço foi caindo e chegou a R$ 4,95 em dezembro, uma redução de 6,95%.
Como base de comparação, o litro da gasolina, que custava R$ 7,59 em junho de 2022, passou para R$ 5,30 em dezembro. Neste caso, a queda de preço foi de 30%, bem maior do que a do GNV.
“Eu mesmo fiquei quase dois meses sem abastecer com GNV”, afirma Hudson Gonçalves de Oliveira, proprietário da oficina em Contagem.
Campanha da Gasmig
Para tentar estimular a instalação do kit gás veicular em Minas Gerais, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) vai lançar, ainda neste mês de maio, uma campanha de incentivo ao GNV. Os detalhes ainda não foram definidos, mas normalmente quem instala o kit ganha desconto e um bônus atraente para abastecimento.
Outra medida que pode ajudar bastante a volta da procura pelo kit gás é a segunda redução de 2023 dos valores das tarifas do metro cúbico do gás natural. Os novos preços entraram em vigor ontem (1º) e terão validade por três meses. A queda no valor do Gás Natural Veicular (GNV) anunciada é de 4,74% para os postos revendedores.
Em fevereiro, as tarifas da Gasmig já haviam sido reduzidas. A redução para o segmento automotivo (GNV) foi de 9,19%, por conta da diminuição dos custos de aquisição do gás natural fornecido pela Petrobras e pela Galp – empresas que têm contratos de suprimento com a Gasmig.
Segundo a Gasmig, o preço do gás veicular está competitivo em Minas, mas busca ser mais atrativo, por isso a campanha de incentivo e a redução dos valores. Numa simulação feita pela companhia, ao abastecer o veículo com R$ 100, o usuário do GNV roda 301 quilômetros. Isso representa um custo de R$ 0,33 por quilômetro rodado.
Com o mesmo valor de R$ 100, o usuário de gasolina roda 202 quilômetros (R$ 0,49 por km rodado). Já o consumidor que abastece com etanol roda 179 quilômetros com R$ 100 (R$ 0,56 por quilômetro rodado).
Para valer a pena, o GNV precisa custar 50% da gasolina, levando em consideração que o investimento para instalar o kit gás chega a R$ 6 mil, fora as inspeções anuais que custam cerca de R$ 300.
Outro problema é que o kit gás toma quase todo o espaço do porta-malas, o que desanima muitos motoristas a fazer a troca. Mas para quem roda bastante, como os taxistas, o GNV ainda compensa. No entanto, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Minas Gerais (Sincavir-MG), João Paulo de Castro Dias, defende mais benefícios para quem faz a conversão.
“O que dificulta mais para o taxista instalar o kit gás são a burocracia e o preço. Há um custo alto para instalação e até para desinstalação. Então a gente precisa de mais incentivos do governo estadual. Fora isso acho que Minas dificilmente vai emplacar o GNV. A gente vê cidades de outros Estados, como Cabo Frio (RJ), só para citar um exemplo, que tem mais carros convertidos a gás do que Minas Gerais inteira”, afirma.
No Rio de Janeiro, quem converte o carro para gás natural tem uma grande redução no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A alíquota cai de 3,5% para 1% sobre o valor do veículo. Assim, 3 de cada 4 veículos que rodam com GNV no Brasil estão no Rio.
Outros Estados, como Mato Grosso do Sul, Alagoas e Paraná também dão desconto no IPVA. Outros preferem oferecer incentivos para a compra do kit, assim como ocorre durante as campanhas de incentivo da Gasmig em Minas.
A frota atual de GNV em Minas Gerais, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), é de cerca de 44 mil veículos.
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“A última instalação tinha sido em dezembro do ano passado. Nesta semana que chegou uma frotinha aqui de quatro veículos, mas que vai rodar no Rio de Janeiro. O trem está feio”, afirma Hudson Gonçalves de Oliveira, gerente e proprietário da empresa.
Atualmente, a procura na oficina é muito maior por interessados em desinstalar o kit gás. “No mês passado, foram 25 retiradas”, revela Oliveira.
No interior de Minas, esta situação também ocorre. Em Ipatinga, no Vale do Aço, a reclamação é a mesma na oficina Pardal, que também faz a instalação do kit gás. A proprietária Elisa Soares de Melo diz que os clientes sumiram.
“Desde que mudou a política de preços dos combustíveis líquidos, em julho do ano passado, as conversões zeraram em Minas”, diz.
No meio de 2022, os governos federal e estaduais reduziram os impostos sobre os combustíveis, numa tentativa de conter a disparada dos preços no período pré-eleitoral.
Na época, a União zerou os impostos federais - PIS, Cofins e Cide - para todos os combustíveis, incluindo o Gás Natural Veicular (GNV).
Já o Governo de Minas reduziu o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina de 31% para 18% e sobre o etanol de 16% para 9,29%. Já o gás natural ficou em 18%, mas com redução da base de cálculo para amenizar a cobrança.
Enquanto a gasolina e o etanol tiveram quedas de preço significativas com a redução dos impostos, o GNV teve uma diminuição mais leve no valor no ano passado.
Em junho de 2022, o preço médio do GNV no país estava em R$ 5,32, maior valor do ano, segundo dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL). O preço foi caindo e chegou a R$ 4,95 em dezembro, uma redução de 6,95%.
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“Eu mesmo fiquei quase dois meses sem abastecer com GNV”, afirma Hudson Gonçalves de Oliveira, proprietário da oficina em Contagem.
Campanha da Gasmig
Para tentar estimular a instalação do kit gás veicular em Minas Gerais, a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) vai lançar, ainda neste mês de maio, uma campanha de incentivo ao GNV. Os detalhes ainda não foram definidos, mas normalmente quem instala o kit ganha desconto e um bônus atraente para abastecimento.
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Em fevereiro, as tarifas da Gasmig já haviam sido reduzidas. A redução para o segmento automotivo (GNV) foi de 9,19%, por conta da diminuição dos custos de aquisição do gás natural fornecido pela Petrobras e pela Galp – empresas que têm contratos de suprimento com a Gasmig.
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Com o mesmo valor de R$ 100, o usuário de gasolina roda 202 quilômetros (R$ 0,49 por km rodado). Já o consumidor que abastece com etanol roda 179 quilômetros com R$ 100 (R$ 0,56 por quilômetro rodado).
Para valer a pena, o GNV precisa custar 50% da gasolina, levando em consideração que o investimento para instalar o kit gás chega a R$ 6 mil, fora as inspeções anuais que custam cerca de R$ 300.
Outro problema é que o kit gás toma quase todo o espaço do porta-malas, o que desanima muitos motoristas a fazer a troca. Mas para quem roda bastante, como os taxistas, o GNV ainda compensa. No entanto, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Minas Gerais (Sincavir-MG), João Paulo de Castro Dias, defende mais benefícios para quem faz a conversão.
“O que dificulta mais para o taxista instalar o kit gás são a burocracia e o preço. Há um custo alto para instalação e até para desinstalação. Então a gente precisa de mais incentivos do governo estadual. Fora isso acho que Minas dificilmente vai emplacar o GNV. A gente vê cidades de outros Estados, como Cabo Frio (RJ), só para citar um exemplo, que tem mais carros convertidos a gás do que Minas Gerais inteira”, afirma.
No Rio de Janeiro, quem converte o carro para gás natural tem uma grande redução no Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). A alíquota cai de 3,5% para 1% sobre o valor do veículo. Assim, 3 de cada 4 veículos que rodam com GNV no Brasil estão no Rio.
Outros Estados, como Mato Grosso do Sul, Alagoas e Paraná também dão desconto no IPVA. Outros preferem oferecer incentivos para a compra do kit, assim como ocorre durante as campanhas de incentivo da Gasmig em Minas.
A frota atual de GNV em Minas Gerais, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), é de cerca de 44 mil veículos.