Um forte temporal causou sérios transtornos à população em Belo Horizonte e nos municípios da região metropolitana – principalmente em Contagem – na noite dessa terça-feira (29). Nas poucas horas de duração da chuva, a Defesa Civil da capital foi acionada para, pelo menos, 30 ocorrências, entre elas há registros de alagamentos, aparecimento de trincas e rachaduras em muro, quedas de árvores, deslizamentos de encostas e até um de desabamento parcial de muro. Isso tudo no curto período de tempo entre 14h50 e 19h. 

Apesar do temporal, esta quarta-feira (30) amanheceu ensolarada e só há previsão de mais pancadas de chuva para o período da tarde. Agora, moradores contabilizam os prejuízos e, junto com órgãos públicos, começam a limpeza dos municípios. As vias, interditadas por risco de transbordamento dos córregos, já estão liberadas. 

Entre elas está a avenida Tereza Cristina, entre Belo Horizonte e Contagem, uma das vias mais atingidas pela precipitação que, com a elevação do nível de água do córrego que por lá passa, precisou ser fechada por quase uma hora. Vídeos e fotografias feitos na avenida mostram carros, móveis e até geladeiras sendo arrastados pela força da correnteza – que, aliás, transformaram a via em um rio. 

Além dela, a avenida Vilarinho, outro importante ponto de tráfego na capital mineira, principalmente para aqueles que seguem ou partem da região de Venda Nova, também foi interditada, como parte de um plano preventivo dos órgãos municipais. Ao contrário do ocorrido na avenida Tereza Cristina, os córregos próximos à Vilarinho não transbordaram e, por isso, a avenida pôde ser liberada cerca de 30 minutos após o fechamento. 

Para evitar tragédias durante a chuva, a Defesa Civil chegou a emitir alertas para risco de elevação no nível dos córregos e possível inundação de outros importantes pontos do município. Os córregos Cachoeirinha e Ribeirão do Onça, na região Nordeste, do Ressaca e Coqueiros, na Pampulha, precisaram ser monitorados por equipes do órgão para determinar se a avenida Bernardo Vasconcelos, por exemplo, também deveria ser interditada. 

Alagamentos, inundações e desabamentos

Uma família ficou com água até os joelhos no interior da residência onde vivem no bairro Tupi A, região Norte de Belo Horizonte. A chuva assustou moradores vizinhos ao imóvel, uma vez que lá vive uma bebê com apenas cinco meses. Situação semelhante aconteceu com uma jovem com bebê recém-nascido e sua irmã grávida na Vila Ferrugem, em Contagem. O imóvel onde vivem ficou alagado após o temporal e muitos móveis foram perdidos por elas durante a tempestade. 

A Escola Estadual Melo Viana, no bairro Carlos Prates, região Noroeste da capital, também sofreu as consequências da chuva. A instituição de ensino, que fica próxima à Igreja São Francisco e à rua Padre Eustáquio, foi tomada pela água. Alunos e funcionários foram retirados de lá antes pelo Corpo de Bombeiros. 

Já no bairro Bonsucesso, na região do Barreiro, poucos minutos após o início da chuva, um muro desabou e, enterrado sob os escombros, ficou um idoso de 65 anos. O Corpo de Bombeiros conseguiu retirá-lo de lá, mesmo com o corpo do homem prensado entre concreto e carro. Após o resgate, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) informou à reportagem que o idoso estava bem e não corria risco de morrer. Parte do teto de uma residência também chegou a desabar no bairro Tropical, em Contagem. Mas, segundo os bombeiros, ninguém ficou ferido. 

Aliás, motoristas e pedestres em ruas de Contagem no momento da chuva foram surpreendidos por alagamentos das vias. Nas avenidas Francisco Firmo de Matos e Sócrates Mariane Bittencourt, carros e motos ficaram ilhados à espera de resgate. 

A tempestade também atingiu a Cidade Administrativa, que ficou alagada após o temporal. Quem descia de elevador até o subsolo do edifício Minas, encontrou o local com acúmulo de água e lama, tornando impossível o acesso aos veículos no estacionamento.