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A viagem só foi possível porque três pessoas decidiram custear o valor que faltava para a aeronave particular, estimado em cerca de R$ 1 milhão. “Era como uma missão impossível. O valor da UTI aérea era muito alto, parecia fora da nossa realidade. Mas as pessoas se mobilizaram, e o que era um sonho distante se tornou real”, contou Ubiratan Rodrigues da Nova, esposo dela, que ainda aguarda a documentação para se juntar à família no Brasil.
Do sonho americano ao drama inesperado
O casal, natural de Juiz de Fora, se conheceu há mais de 15 anos e, em 2019, decidiu se mudar para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades. Moraram primeiro em Newark, Nova Jersey, e depois em Orlando, Flórida, onde nasceu a filha caçula, hoje com 5 anos. Antes do mal súbito, Fabíola e Ubiratan levavam uma vida tranquila e cheia de planos: sonhavam em trocar de carro, viajar nas férias e construir um futuro seguro para a família. Fabíola trabalhava como manicure, enquanto o marido era caminhoneiro e cuidava da rotina doméstica e das crianças.
A rotina foi interrompida em 20 de setembro de 2024, quando Fabíola sofreu um mal súbito em casa. Ela teve três paradas cardíacas e uma perfuração no pulmão durante as manobras de reanimação, deixando sequelas graves no cérebro. “Os médicos nunca descobriram a causa. Só sabem que ela teve as paradas e perdeu oxigenação no cérebro. Desde então, depende de cuidados 24 horas por dia”, explicou Ubiratan.
Fabíola passou oito meses internada em hospitais americanos, com parte das despesas cobertas pelo plano de saúde, mas ainda assim os custos ultrapassaram milhões de reais, segundo o marido. Após a alta, em abril de 2025, ela passou a ser tratada em casa, em um quarto adaptado com cama hospitalar e equipamentos médicos.
Ubiratan deixou o trabalho para se dedicar integralmente aos cuidados, incluindo alimentação por sonda, higiene pessoal, fisioterapia e exercícios respiratórios. “Ela é como um bebê. Não fala, não se move, depende de mim para tudo. Eu parei a minha vida para cuidar dela. Minha força vem do céu, eu não tinha escolha, precisava continuar”, contou.
Mudança de planos
Com as dificuldades financeiras, Ubiratan planejava originalmente trazer Fabíola de motorhome, percorrendo 7 mil quilômetros e atravessando 11 países, incluindo áreas de risco como a selva de Darién, entre Colômbia e Panamá.
O veículo seria adaptado com cama hospitalar fixa, oxigênio e suporte médico. No entanto, graças à solidariedade de amigos, foi possível contratar o transporte aéreo, considerado mais seguro e rápido. Fabíola viajou apenas com a mãe, enquanto o pai e os três irmãos acompanharam a chegada com apreensão, ansiosos para rever a filha em sua terra natal.
Segundo Ubiratan, o valor que faltava para custear o transporte com a aeronave foi bancado por três pessoas, mas ele não quis revelar detalhes do gesto. “Estava disposto a atravessar o continente se fosse preciso. Eu faria qualquer coisa para trazê-la de volta para casa”, disse.
Recomeço
O desembarque foi acompanhado pelo Samu, e Fabíola foi levada diretamente ao Hospital Ana Nery, em Juiz de Fora, para refazer exames antes de ir definitivamente para casa, no Bairro Granjas Bethel. Ela permanecerá sob acompanhamento do SUS, garantindo fisioterapia e cuidados contínuos.
Assim que for liberada, Fabíola voltará para a casa onde mora com os pais e um dos irmãos, e a família precisará se adaptar à nova rotina. Os filhos do casal ainda sentem falta da mãe e precisarão de tempo para se ajustar à distância temporária da residência nos Estados Unidos. Quando Ubiratan se juntar à família, ele também passará por um período de adaptação.
Segundo Ubiratan, o retorno ao Brasil encerra uma travessia marcada por fé, amor e solidariedade. Ele afirma que a experiência ensinou sobre resiliência e esperança, reforçando a importância da ajuda de amigos e desconhecidos. “Passei um ano vivendo o improvável. Vi pessoas que nunca nos conheceram ajudarem sem pedir nada em troca. Ainda acredito que ela vai voltar do mesmo jeito que caiu na cama.”
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A viagem só foi possível porque três pessoas decidiram custear o valor que faltava para a aeronave particular, estimado em cerca de R$ 1 milhão. “Era como uma missão impossível. O valor da UTI aérea era muito alto, parecia fora da nossa realidade. Mas as pessoas se mobilizaram, e o que era um sonho distante se tornou real”, contou Ubiratan Rodrigues da Nova, esposo dela, que ainda aguarda a documentação para se juntar à família no Brasil.
Do sonho americano ao drama inesperado
O casal, natural de Juiz de Fora, se conheceu há mais de 15 anos e, em 2019, decidiu se mudar para os Estados Unidos em busca de melhores oportunidades. Moraram primeiro em Newark, Nova Jersey, e depois em Orlando, Flórida, onde nasceu a filha caçula, hoje com 5 anos. Antes do mal súbito, Fabíola e Ubiratan levavam uma vida tranquila e cheia de planos: sonhavam em trocar de carro, viajar nas férias e construir um futuro seguro para a família. Fabíola trabalhava como manicure, enquanto o marido era caminhoneiro e cuidava da rotina doméstica e das crianças.
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Fabíola passou oito meses internada em hospitais americanos, com parte das despesas cobertas pelo plano de saúde, mas ainda assim os custos ultrapassaram milhões de reais, segundo o marido. Após a alta, em abril de 2025, ela passou a ser tratada em casa, em um quarto adaptado com cama hospitalar e equipamentos médicos.
Ubiratan deixou o trabalho para se dedicar integralmente aos cuidados, incluindo alimentação por sonda, higiene pessoal, fisioterapia e exercícios respiratórios. “Ela é como um bebê. Não fala, não se move, depende de mim para tudo. Eu parei a minha vida para cuidar dela. Minha força vem do céu, eu não tinha escolha, precisava continuar”, contou.
Mudança de planos
Com as dificuldades financeiras, Ubiratan planejava originalmente trazer Fabíola de motorhome, percorrendo 7 mil quilômetros e atravessando 11 países, incluindo áreas de risco como a selva de Darién, entre Colômbia e Panamá.
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Recomeço
O desembarque foi acompanhado pelo Samu, e Fabíola foi levada diretamente ao Hospital Ana Nery, em Juiz de Fora, para refazer exames antes de ir definitivamente para casa, no Bairro Granjas Bethel. Ela permanecerá sob acompanhamento do SUS, garantindo fisioterapia e cuidados contínuos.
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Segundo Ubiratan, o retorno ao Brasil encerra uma travessia marcada por fé, amor e solidariedade. Ele afirma que a experiência ensinou sobre resiliência e esperança, reforçando a importância da ajuda de amigos e desconhecidos. “Passei um ano vivendo o improvável. Vi pessoas que nunca nos conheceram ajudarem sem pedir nada em troca. Ainda acredito que ela vai voltar do mesmo jeito que caiu na cama.”