O terrorista bolsonarista preso por suspeita de assassinar o comerciário Pedro Henrique Dias Soares, 28, que participava de uma comemoração pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial, em Belo Horizonte (MG), relatou à polícia que possui registro de CAC (caçador, atirador e colecionador). A informação é do jornal Folha de S. Paulo. 

 
O atirador, que não teve seu nome divulgado, foi preso portando duas pistolas ao tentar se esconder em um matagal. Ele também disse possuir um rifle no interior de sua residência. O porte de armas para os chamados CACs, um dos grupos que integram as bases de apoio do bolsonarismo, foi suspenso no dia da votação e nas 24 horas posteriores ao pleito do dia 30 de outubro por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A polícia apreendeu o documento, além das armas e munições que estavam na residência do suspeito. 


O bolsonarista, de 36 anos, ainda baleou outras quatro pessoas: duas mulheres de 47 anos, uma de 40 e uma criança de 12. O caso é investigado como crime de motivação política. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito estava sob o efeito de álcool e relatou aos agentes que "atirou aleatoriamente" ao sair de casa, segundo o jornal O Globo. 
 
"Em seguida, ele avistou a garagem em que Pedro e sua família comemoravam a vitória de Lula. A mãe, de 47 anos, e uma prima, de 12, decidiram abrir o portão da casa para festejar na rua. Foi quando o suspeito atirou nos três. Todos foram encaminhados ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas o jovem não resistiu aos ferimentos no abdômen e no ombro".

 
A política armamentista do governo Jair Bolsonaro (PL) elevou o número de armas de fogo em poder dos CACs para quase 1 milhão em julho deste ano. “O crescimento foi de 187% em relação a 2018, antes do atual governo, segundo dados do Exército obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) pelos institutos Sou da Paz e Igarapé”, ressalta a reportagem.