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Foi no Carnaval de 1975 que um grupo de amigos do bairro Lagoinha, na região Noroeste de Belo Horizonte, resolveu se reunir para fazer um bloco de rua. À época eles nem imaginavam, mas ali, naquele encontro que inicialmente reuniu cerca de dez músicos e uma centena de pessoas, nasceria um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Belo Horizonte: a Banda Mole, que completa 50 anos de existência no cortejo de hoje, na área central da capital.
“Naquela época, o Carnaval da cidade tinha praticamente desaparecido. Ele era meio cíclico. Nos anos 1950 e 1960 era um Carnaval completamente diferente, tinha o que chamavam de ‘corte’, com os carros rodando com todo mundo fantasiado, batalha de confete, festas em clubes, mas até isso foi acabando”, recorda Luiz Mário Jacaré Ladeira, presidente da Banda Mole.
Foi nesse cenário, de uma cidade sem folia, que a Banda surgiu como uma declaração de amor ao Carnaval e ao próprio povo de Minas Gerais. “A gente viu que o mineiro é tão animado, tão alegre quanto qualquer outro brasileiro, como o baiano, o paulista, o pernambucano. A gente percebeu que aqui havia a mesma vontade de pular, de se manifestar, mas não havia oportunidade, porque não tinha o local para fazer isso. Então, nosso primeiro motivo para nascer foi esse. Não podíamos falhar com nosso povo e tínhamos que manter essa manifestação carnavalesca em Belo Horizonte”, afirma Jacaré.
A empreitada deu certo. Não por acaso são cinco décadas de existência e resistência na folia belo-horizontina. “A gente acha que nossa contribuição foi muito importante. Se BH continuasse a ter aquela fama de um lugar sem Carnaval, isso ia acabar pegando. Não sei se a festa voltaria com essa força que voltou. A gente pode não ter sido o único bloco, mas nós fizemos a nossa parte. Alimentamos uma chamazinha que, por menor que tenha sido, ficou acesa o tempo todo. Acredito que, com isso, ela ajudou a ressuscitar o Carnaval de BH com muita força”, avalia.
Parte desse sucesso se deve à própria data escolhida para desfilar: a Banda Mole se apresenta no pré-Carnaval da capital, período em que a cidade – antes sem folia – ainda estava cheia de gente para festejar. “Seguramos a peteca durante muito tempo. Mas, se nós saíssemos nos dias de Carnaval, estaríamos arriscados ao fracasso, porque o mineiro que ama Carnaval saía de Belo Horizonte, ia para as cidades próximas ou ia para a praia. Então, puxamos a Banda Mole para uma semana antes para que a população estivesse aqui”, explica Jacaré.
É claro que, além da visão dos organizadores, a adesão da população foi fundamental para que a Banda Mole seguisse por tanto tempo. Além disso, a diversidade, sempre abraçada pelo bloco, também reforçou a importância de sua existência na capital mineira. “A Banda Mole é diversidade, ela acolhe qualquer tipo de pessoa, desde que esteja com o espírito de alegria e de Carnaval. Não tem nenhum tipo de fobia, aceita qualquer orientação sexual, qualquer tipo de raça, de cor, de classe social”, destaca o presidente do cortejo.
Mas, mesmo que não faltem motivos – e público – que justifiquem a existência longeva do bloco, Jacaré confessa que ainda se surpreende quando pensa que a Banda Mole chega a meio século de existência. “A gente se pergunta: será que é verdade? Será que tem 50 anos que estamos na rua? Quando começamos, era um devaneio, imaginávamos que aquele grupinho ia sair algumas vezes e que ia ficar por isso mesmo. Realmente não tínhamos a menor ideia de que poderia ser tão longeva”.
Celebração
E, para comemorar essa longevidade, a Banda Mole prepara um desfile histórico em 2025. A festa toma conta da avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Guajajaras, das 14h às 22h. Com entrada gratuita, a folia reúne nomes como Akatu, Toninho Geraes, Vira e Mexe, Zé da Guiomar convidando Giselle Couto e Manu Dias, Júlia Rocha convidando Fran Januário, Bloquinho Banda Mole, Banda Meu Rei, Trem dos Onze, Baile do Kin e Charanga do Bororó.
“A gente busca dar uma diversidade na Banda Mole, porque tem gente que gosta de pagode, gosta de samba, de axé. Então, temos gente tocando todos os tipos de música”, ressalta Jacaré.
Segundo o presidente, a expectativa para o desfile deste ano é das melhores, principalmente pelo significado da celebração para a Banda Mole. “Estamos esperando de 80 mil a 100 mil pessoas durante todo o evento”, diz ele, que garante um cortejo seguro. “Tem muita gente que tem o espírito de Carnaval, mas fica com receio de ir por causa da multidão, com medo de ser roubado, de ser empurrado, e deixa de ir. Mas na Banda pode ir tranquilo, porque temos uma quantidade enorme de brigadistas e seguranças para evitar esse tipo de coisa. Tudo que pode ser feito em matéria de segurança, fazemos. Tanto que nos últimos anos não temos tido nenhuma ocorrência, não tem roubo, não tem briga, não tem nada”, completa.
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“Naquela época, o Carnaval da cidade tinha praticamente desaparecido. Ele era meio cíclico. Nos anos 1950 e 1960 era um Carnaval completamente diferente, tinha o que chamavam de ‘corte’, com os carros rodando com todo mundo fantasiado, batalha de confete, festas em clubes, mas até isso foi acabando”, recorda Luiz Mário Jacaré Ladeira, presidente da Banda Mole.
Foi nesse cenário, de uma cidade sem folia, que a Banda surgiu como uma declaração de amor ao Carnaval e ao próprio povo de Minas Gerais. “A gente viu que o mineiro é tão animado, tão alegre quanto qualquer outro brasileiro, como o baiano, o paulista, o pernambucano. A gente percebeu que aqui havia a mesma vontade de pular, de se manifestar, mas não havia oportunidade, porque não tinha o local para fazer isso. Então, nosso primeiro motivo para nascer foi esse. Não podíamos falhar com nosso povo e tínhamos que manter essa manifestação carnavalesca em Belo Horizonte”, afirma Jacaré.
A empreitada deu certo. Não por acaso são cinco décadas de existência e resistência na folia belo-horizontina. “A gente acha que nossa contribuição foi muito importante. Se BH continuasse a ter aquela fama de um lugar sem Carnaval, isso ia acabar pegando. Não sei se a festa voltaria com essa força que voltou. A gente pode não ter sido o único bloco, mas nós fizemos a nossa parte. Alimentamos uma chamazinha que, por menor que tenha sido, ficou acesa o tempo todo. Acredito que, com isso, ela ajudou a ressuscitar o Carnaval de BH com muita força”, avalia.
Parte desse sucesso se deve à própria data escolhida para desfilar: a Banda Mole se apresenta no pré-Carnaval da capital, período em que a cidade – antes sem folia – ainda estava cheia de gente para festejar. “Seguramos a peteca durante muito tempo. Mas, se nós saíssemos nos dias de Carnaval, estaríamos arriscados ao fracasso, porque o mineiro que ama Carnaval saía de Belo Horizonte, ia para as cidades próximas ou ia para a praia. Então, puxamos a Banda Mole para uma semana antes para que a população estivesse aqui”, explica Jacaré.
É claro que, além da visão dos organizadores, a adesão da população foi fundamental para que a Banda Mole seguisse por tanto tempo. Além disso, a diversidade, sempre abraçada pelo bloco, também reforçou a importância de sua existência na capital mineira. “A Banda Mole é diversidade, ela acolhe qualquer tipo de pessoa, desde que esteja com o espírito de alegria e de Carnaval. Não tem nenhum tipo de fobia, aceita qualquer orientação sexual, qualquer tipo de raça, de cor, de classe social”, destaca o presidente do cortejo.
Mas, mesmo que não faltem motivos – e público – que justifiquem a existência longeva do bloco, Jacaré confessa que ainda se surpreende quando pensa que a Banda Mole chega a meio século de existência. “A gente se pergunta: será que é verdade? Será que tem 50 anos que estamos na rua? Quando começamos, era um devaneio, imaginávamos que aquele grupinho ia sair algumas vezes e que ia ficar por isso mesmo. Realmente não tínhamos a menor ideia de que poderia ser tão longeva”.
Celebração
E, para comemorar essa longevidade, a Banda Mole prepara um desfile histórico em 2025. A festa toma conta da avenida Afonso Pena, entre as ruas da Bahia e Guajajaras, das 14h às 22h. Com entrada gratuita, a folia reúne nomes como Akatu, Toninho Geraes, Vira e Mexe, Zé da Guiomar convidando Giselle Couto e Manu Dias, Júlia Rocha convidando Fran Januário, Bloquinho Banda Mole, Banda Meu Rei, Trem dos Onze, Baile do Kin e Charanga do Bororó.
“A gente busca dar uma diversidade na Banda Mole, porque tem gente que gosta de pagode, gosta de samba, de axé. Então, temos gente tocando todos os tipos de música”, ressalta Jacaré.
Segundo o presidente, a expectativa para o desfile deste ano é das melhores, principalmente pelo significado da celebração para a Banda Mole. “Estamos esperando de 80 mil a 100 mil pessoas durante todo o evento”, diz ele, que garante um cortejo seguro. “Tem muita gente que tem o espírito de Carnaval, mas fica com receio de ir por causa da multidão, com medo de ser roubado, de ser empurrado, e deixa de ir. Mas na Banda pode ir tranquilo, porque temos uma quantidade enorme de brigadistas e seguranças para evitar esse tipo de coisa. Tudo que pode ser feito em matéria de segurança, fazemos. Tanto que nos últimos anos não temos tido nenhuma ocorrência, não tem roubo, não tem briga, não tem nada”, completa.