ÁGUA SUJA

Está prevista para essa segunda-feira (15), às 17h, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma audiência pública sobre os impactos da privatização dos serviços de saneamento básico em Ouro Preto, na região Central do estado.

O assunto integra a pauta do dia na Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, com o objetivo de discutir como a concessão do serviço à Saneouro, afeta a população local.

Desde 2020, quando a empresa assumiu as atividades, moradores da comunidade Chapada de Lavras Novas sofrem com uma série de transtornos relacionados à companhia, que pertence a um grande grupo sul-coreano.

Entre os problemas apresentados estão o fornecimento de água enlameada e com forte cheiro de cloro. Além disso, a Saneouro registrou um boletim de ocorrência contra alguns moradores que decidiram lavar as caixas d’água que abastecem a região, já que os prestadores do serviço nada fizeram para resolver a situação.

Outro problema é a cobrança da taxa de tratamento de esgoto, que não existe no local.

Crise social

Para Luiz Carlos Teixeira, presidente da Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto, a situação é “uma crise social que precisa ser resolvida imediatamente. O que acontece é que a população é predominantemente preta, periférica e pobre. Nós moramos no morro, na periferia, em situação de vulnerabilidade”.

Ele explica que, mesmo com a prestação inadequada dos serviços, há casos de contas exorbitantes, com valores que ultrapassam os R$ 800 mensais e débitos que, somados, superam os R$ 6.000.

“Quando tentamos negociar com a concessionária, ela pede uma entrada de R$ 2.400, o que geraria a contração de mais dívidas, que estão fora do nosso orçamento e da nossa realidade”, explica Luiz Carlos.

A Saneouro e a Prefeitura de Ouro Preto foram procuradas, mas ainda não se posicionaram sobre o caso.