Cerca de 300 casas foram afetadas e mais da metade dos 3 mil moradores ficaram desabrigados. A comunidade, que havia tido início nos anos 1950, com a ocupação de uma área anteriormente ocupada por um antigo depósito de lixo, era palco para uma tragédia que influenciaria o trabalho de prevenção realizado nos anos seguintes.
O material que deslizou pelo bairro veio de um aterro de 15 metros de altura por 100 metros de extensão que estava sendo construído pela empresa M. Martins em uma área vizinha. Como o terreno da Barraginha é composto de extensa camada de argila de baixa resistência, a chuva intensa daquele verão fez com que tudo cedesse. A Justiça condenou dois funcionários da construtora a pagar indenizações às famílias das vítimas.
Após a tragédia, várias famílias foram retiradas da Barraginha e levadas para o bairro Fonte Grande, mas isso não impediu a ocupação do bairro. Em 2000, mais uma tragédia foi registrada na região, embora em uma proporção menor. Quatro pessoas de uma família morreram quando o muro de uma tecelagem não suportou a força da chuva.
As únicas tragédias em Minas Gerais com número maior de vítimas do que o deslizamento de terra na Barraginha são o desabamento do Pavilhão da Gameleira, com 65 mortos, e o rompimento de barragem em Brumadinho, com 270 vítimas.
Centenas de pessoas trabalharam nas buscas por vítimas
A Defesa Civil de Contagem informou que hoje a situação da Vila Barraginha é bem diferente do acontecido em 1992. "A maioria das famílias que residiam no local foram retiradas e as poucas que ainda se encontram aguardam a indenização. Podemos destacar que o local não se trata de uma área de risco geológico e sim uma área de inundação. Há várias construções desordenadas no local que acabam influenciando na rede de drenagem, dificultando o escoamento no período chuvoso", informou a pasta.