HISTÓRICO

O indígena Ailton Alves Lacerda Krenak, mais conhecido como Ailton Krenak, é o mais novo empossado da Academia Mineira de Letras (AML). A cerimônia restrita ocorreu na última sexta-feira (3) e Krenak ocupa, agora, a cadeira de número 24 na academia.

Ele é pensador, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena crenaque. É também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pela Universidade de Brasília (UnB). Krenak foi empossado com um discurso de Maria Esther Maciel, que ocupa a cadeira de número 15 na AML.

O presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, celebrou a chegada de Krenak. “A posse de Ailton Krenak é um momento privilegiado para celebrar a potência de sua literatura. Seus livros são traduzidos para vários países, alcançando uma legião imensa de leitores em várias partes do mundo. A trajetória de Ailton Krenak em defesa dos povos originários, de sua cultura e de sua arte é admirável. A sua eleição foi, ainda, um gesto de reverência da Academia Mineira de Letras à inestimável contribuição que os indígenas do Brasil deram e continuam dando ao desenvolvimento da cultura nacional”.

Ailton Krenak foi eleito para a AML em junho de 2022 com 36 votos do total de 39 votantes. A cadeira de número 24 estava vaga desde o falecimento do escritor e jornalista Eduardo Almeida Reis. Tendo como patrona Barbara Eliodora, a cadeira 24 foi fundada por João Lúcio. Por ela também passaram Cláudio Brandão, Henrique de Resende, Sylvio Miraglia e Eduardo Almeida Reis.

Quem é Ailton Krenak?

Nascido em 1953 no município de Itabirinha, no estado de Minas Gerais, na região do Médio Rio Doce, aos dezessete anos de idade Ailton mudou-se com sua família para o estado do Paraná, onde se alfabetizou e se tornou produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena. Em 1985, fundou a organização não governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa promover a cultura indígena. À época da Assembleia Nacional Constituinte, uma emenda popular assegurou a participação do grupo no processo de elaboração da nova Carta Magna, momento em que Ailton assumiu ativo papel na defesa dos direitos de seu povo.