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Cartão-postal de Belo Horizonte, a Lagoa da Pampulha registrou melhoria na qualidade da água, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Medições feitas em 27 pontos internos do reservatório apontaram avanços no controle da poluição após as intervenções realizadas desde 2016.
A análise de qualidade da água da lagoa é feita através do Índice de Qualidade das Águas (IQA), um indicador que avalia com base em nove parâmetros físicos, químicos e biológicos. São eles: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, resíduo total, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez.
A classificação desses indicadores pode variar de 0 a 100, sendo que até 25 é considerado muito ruim; de 26 até 50, ruim; de 51 a 70 é aceitável ou médio; de 71 a 90 é bom ou ótimo; e de 91 a 100, excelente.
Mensalmente a Smobi coleta amostras em seis pontos internos da represa para analisar a qualidade da água. “Esses pontos estão espalhados desde a região próxima à Ilha dos Amores até a região do barramento”, explica a diretora de Manutenção de Bacias da Smobi, Ana Paula Fernandes.
Nas últimas duas medições feitas pelo órgão, a qualidade da água melhorou. “Em junho e julho, em alguns pontos da Lagoa da Pampulha o índice chegou a 82, classificado como ótimo, segundo o IQA”, afirma Ana Paula.
Um dos pontos de monitoramento está localizado na região de deságue dos córregos Ressaca e Sarandi. A diretora explica que esse local obteve a classificação aceitável por ainda receber uma parte de esgoto vindo de residências não interligadas ao sistema da Copasa.
Para controlar a poluição e melhorar o tratamento da água, outros 21 pontos do reservatório são monitorados pela empresa de saneamento. “A Copasa mantém um rigoroso monitoramento da Bacia da Pampulha. Os resultados das coletas, divulgados trimestralmente, têm mostrado avanços significativos ao longo dos anos de atuação do Programa Reviva Pampulha”, afirma o gestor de Empreendimento de Grande Porte da empresa, Tiago Miranda.
O mais recente levantamento apontou que das 21 amostras coletadas, 18 apresentaram melhoras. “A medição de junho apontou que 86% das amostras ficaram entre 'aceitável' e 'ótimo', indicando melhora em diversos pontos. Entre os destaques estão aqueles localizados no interior do reservatório, que registraram alguns dos melhores resultados desde o início do monitoramento”, afirma.
Avanços
Os trabalhos de tratamento da água começaram em 2016, com objetivo de erradicar a mortandade de peixes, a proliferação excessiva de algas e os maus odores na lagoa. “São várias ações conjuntas, como limpeza do espelho d'água, tratamento da água, desassoreamento, que resultaram nessa melhoria contínua e progressiva”, conta a diretora da Smobi.
Ela aponta os investimentos em ações de tratamento com tecnologias de biorremediação (com objetivo de degradar o material orgânico que ainda chega à Lagoa, com os lançamentos irregulares de esgoto nos córregos) e remoção de fósforo (elemento altamente nocivo ao equilíbrio ambiental do reservatório) como fatores que levaram à melhora na qualidade da água da Pampulha.
“O processo consiste na aplicação de um remediador que atua na inativação do fósforo presente nas águas, combinada com a aplicação de um biorremediador, que atua na aceleração da redução dos níveis de matéria orgânica no lago, reduzindo a possibilidade de proliferação de algas e aumenta os níveis de oxigênio na água. A combinação destas duas iniciativas vem sendo fundamental para a recuperação ambiental da Lagoa da Pampulha, associada ao recolhimento diário do lixo sobrenadante, da limpeza da orla e das ações de desassoreamento. Diariamente, o volume de lixo retirado do espelho d 'água varia de cinco a 10 toneladas de sólidos flutuantes, a depender das condições climáticas”, explica Ana Paula Fernandes.
“Esses avanços são resultado de ações contínuas, como manutenção preventiva, reforço da fiscalização e ampliação do monitoramento, além de iniciativas realizadas em parceria com as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem. No entanto, apesar das melhorias, o uso da água e da orla deve seguir as recomendações dos órgãos competentes”, ressalta Tiago Miranda.
Essas melhorias estão sendo acompanhadas pelos moradores da região, mas o período de chuva é o que mais os preocupa, como relata o presidente da Associação Comunitária dos Bairros Aeroporto, Jaraguá, Dona Clara, Liberdade e Adjacências (ASCOB Pampulha), Varosnil Voiski. “Houve uma melhora na qualidade da água, mas o problema é quando começa a chover. O material que vem de Contagem afeta muito a lagoa. No momento está mais controlado, mas acredito que se não resolver o problema de uma vez na hora que chover desce toda aquela sujeira e a Pampulha volta a ficar poluída.
Aumento da fauna
Um indicador importante que demonstra a melhoria na qualidade é o aumento da fauna local, não só em quantidade, mas em variedade de espécies. “A PBH começa a colher resultados positivos do seu trabalho e compromisso com a sustentabilidade e a preservação ambiental. A melhoria na qualidade da água já está impactando diretamente a fauna local, que vem se tornando mais densa e diversa”, afirma o subsecretário municipal de Zeladoria Urbana, Maurício Brandão.
O biólogo e coordenador do Centro de Conhecimento em Biodiversidade do CNPq, Geraldo Fernandes, explica que ter diversidade da fauna pode não ser bom para a lagoa. “Se, por exemplo, só tiver bicho exótico, planta exótica e pouca espécie nativa, é ruim.”
Ele ressalta que as plantas ao redor da lagoa não podem ser colocadas sem critérios. “A área da lagoa pode estar diminuindo simplesmente pelo fato de que a vegetação está crescendo para dentro dela, um indicativo de que está sendo assoreada. As espécies plantadas ao longo das margens não podem ser selecionadas sem critério, as espécies exóticas precisam ser erradicadas tanto de dentro quando do entorno da lagoa e as obras de benfeitoria precisam ser realizadas em toda a orla para que ela seja a Pampulha que queremos”, afirma o biólogo.
Plano de Ação
Para acabar com o despejo de poluição na lagoa, em 2023 a PBH acionou judicialmente a Copasa e o governo estadual para universalizar o esgotamento sanitário na Bacia Hidrográfica da Pampulha. Com isso, a concessionária tem até cinco anos para fazer a interligação de 100% dos habitantes da região.
A companhia afirma que dos 9.759 imóveis que não estavam conectados à rede de esgoto à época, 4.910 foram regularizados, sendo 1.382 em Belo Horizonte e 3.408 em Contagem. “Atualmente, mais de 99,2% das residências já contam com os serviços de coleta e tratamento de esgoto na Bacia da Pampulha”, diz Tiago Miranda.
Para coordenar as ações urbanísticas, ambientais, sanitárias, culturais e educacionais relacionadas à lagoa, também em 2023 vários órgãos municipais se reuniram para criar o Comitê Gestor Municipal da Pampulha. No ano seguinte, o Governo de Minas, a PBH, a Prefeitura de Contagem e a Copasa firmaram um convênio de colaboração, acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), para estabelecer um sistema de governança da bacia hidrográfica. O acordo prevê diagnóstico integrado, plano de revitalização e ações para promoção da segurança hídrica e sustentabilidade da Lagoa da Pampulha.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Paulo Galvão
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A análise de qualidade da água da lagoa é feita através do Índice de Qualidade das Águas (IQA), um indicador que avalia com base em nove parâmetros físicos, químicos e biológicos. São eles: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, resíduo total, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez.
A classificação desses indicadores pode variar de 0 a 100, sendo que até 25 é considerado muito ruim; de 26 até 50, ruim; de 51 a 70 é aceitável ou médio; de 71 a 90 é bom ou ótimo; e de 91 a 100, excelente.
Mensalmente a Smobi coleta amostras em seis pontos internos da represa para analisar a qualidade da água. “Esses pontos estão espalhados desde a região próxima à Ilha dos Amores até a região do barramento”, explica a diretora de Manutenção de Bacias da Smobi, Ana Paula Fernandes.
Nas últimas duas medições feitas pelo órgão, a qualidade da água melhorou. “Em junho e julho, em alguns pontos da Lagoa da Pampulha o índice chegou a 82, classificado como ótimo, segundo o IQA”, afirma Ana Paula.
Um dos pontos de monitoramento está localizado na região de deságue dos córregos Ressaca e Sarandi. A diretora explica que esse local obteve a classificação aceitável por ainda receber uma parte de esgoto vindo de residências não interligadas ao sistema da Copasa.
Para controlar a poluição e melhorar o tratamento da água, outros 21 pontos do reservatório são monitorados pela empresa de saneamento. “A Copasa mantém um rigoroso monitoramento da Bacia da Pampulha. Os resultados das coletas, divulgados trimestralmente, têm mostrado avanços significativos ao longo dos anos de atuação do Programa Reviva Pampulha”, afirma o gestor de Empreendimento de Grande Porte da empresa, Tiago Miranda.
O mais recente levantamento apontou que das 21 amostras coletadas, 18 apresentaram melhoras. “A medição de junho apontou que 86% das amostras ficaram entre 'aceitável' e 'ótimo', indicando melhora em diversos pontos. Entre os destaques estão aqueles localizados no interior do reservatório, que registraram alguns dos melhores resultados desde o início do monitoramento”, afirma.
Avanços
Os trabalhos de tratamento da água começaram em 2016, com objetivo de erradicar a mortandade de peixes, a proliferação excessiva de algas e os maus odores na lagoa. “São várias ações conjuntas, como limpeza do espelho d'água, tratamento da água, desassoreamento, que resultaram nessa melhoria contínua e progressiva”, conta a diretora da Smobi.
Ela aponta os investimentos em ações de tratamento com tecnologias de biorremediação (com objetivo de degradar o material orgânico que ainda chega à Lagoa, com os lançamentos irregulares de esgoto nos córregos) e remoção de fósforo (elemento altamente nocivo ao equilíbrio ambiental do reservatório) como fatores que levaram à melhora na qualidade da água da Pampulha.
“O processo consiste na aplicação de um remediador que atua na inativação do fósforo presente nas águas, combinada com a aplicação de um biorremediador, que atua na aceleração da redução dos níveis de matéria orgânica no lago, reduzindo a possibilidade de proliferação de algas e aumenta os níveis de oxigênio na água. A combinação destas duas iniciativas vem sendo fundamental para a recuperação ambiental da Lagoa da Pampulha, associada ao recolhimento diário do lixo sobrenadante, da limpeza da orla e das ações de desassoreamento. Diariamente, o volume de lixo retirado do espelho d 'água varia de cinco a 10 toneladas de sólidos flutuantes, a depender das condições climáticas”, explica Ana Paula Fernandes.
“Esses avanços são resultado de ações contínuas, como manutenção preventiva, reforço da fiscalização e ampliação do monitoramento, além de iniciativas realizadas em parceria com as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem. No entanto, apesar das melhorias, o uso da água e da orla deve seguir as recomendações dos órgãos competentes”, ressalta Tiago Miranda.
Essas melhorias estão sendo acompanhadas pelos moradores da região, mas o período de chuva é o que mais os preocupa, como relata o presidente da Associação Comunitária dos Bairros Aeroporto, Jaraguá, Dona Clara, Liberdade e Adjacências (ASCOB Pampulha), Varosnil Voiski. “Houve uma melhora na qualidade da água, mas o problema é quando começa a chover. O material que vem de Contagem afeta muito a lagoa. No momento está mais controlado, mas acredito que se não resolver o problema de uma vez na hora que chover desce toda aquela sujeira e a Pampulha volta a ficar poluída.
Aumento da fauna
Um indicador importante que demonstra a melhoria na qualidade é o aumento da fauna local, não só em quantidade, mas em variedade de espécies. “A PBH começa a colher resultados positivos do seu trabalho e compromisso com a sustentabilidade e a preservação ambiental. A melhoria na qualidade da água já está impactando diretamente a fauna local, que vem se tornando mais densa e diversa”, afirma o subsecretário municipal de Zeladoria Urbana, Maurício Brandão.
O biólogo e coordenador do Centro de Conhecimento em Biodiversidade do CNPq, Geraldo Fernandes, explica que ter diversidade da fauna pode não ser bom para a lagoa. “Se, por exemplo, só tiver bicho exótico, planta exótica e pouca espécie nativa, é ruim.”
Ele ressalta que as plantas ao redor da lagoa não podem ser colocadas sem critérios. “A área da lagoa pode estar diminuindo simplesmente pelo fato de que a vegetação está crescendo para dentro dela, um indicativo de que está sendo assoreada. As espécies plantadas ao longo das margens não podem ser selecionadas sem critério, as espécies exóticas precisam ser erradicadas tanto de dentro quando do entorno da lagoa e as obras de benfeitoria precisam ser realizadas em toda a orla para que ela seja a Pampulha que queremos”, afirma o biólogo.
Plano de Ação
Para acabar com o despejo de poluição na lagoa, em 2023 a PBH acionou judicialmente a Copasa e o governo estadual para universalizar o esgotamento sanitário na Bacia Hidrográfica da Pampulha. Com isso, a concessionária tem até cinco anos para fazer a interligação de 100% dos habitantes da região.
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Para coordenar as ações urbanísticas, ambientais, sanitárias, culturais e educacionais relacionadas à lagoa, também em 2023 vários órgãos municipais se reuniram para criar o Comitê Gestor Municipal da Pampulha. No ano seguinte, o Governo de Minas, a PBH, a Prefeitura de Contagem e a Copasa firmaram um convênio de colaboração, acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), para estabelecer um sistema de governança da bacia hidrográfica. O acordo prevê diagnóstico integrado, plano de revitalização e ações para promoção da segurança hídrica e sustentabilidade da Lagoa da Pampulha.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Paulo Galvão