A deputada federal Greyce Elias (Avante-MG) protocolou na Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (21/3), um Projeto de Lei que pede a prorrogação do Aeroporto Carlos Prates por mais dois anos sob administração da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). O aeroporto está previsto para ser fechado definitivamente no dia 1º de abril e deve ser entregue à Prefeitura de Belo Horizonte. 

O objetivo da parlamentar é estender o funcionamento do aeroporto e com isso ter mais tempo para discutir com o governo federal o destino da administração do espaço. Ela destaca que o Aeroporto Carlos Prates é o segundo mais movimentado de Minas Gerais, forma diversos profissionais e alega que o fechamento seria um retrocesso. 

"Os efeitos práticos e econômicos da desativação do aeroporto seriam péssimos, não só para Minas, mas para o Brasil. O Brasil possui a segunda maior frota de aeronaves, Minas Gerais tem a segunda mais frota do país", disse a deputada à reportagem do Estado de Minas.

De acordo com a deputada, há um pedido para que a administração do aeroporto seja transferido para o Governo de Minas. Ela afirma que a transferência ainda está sendo analisada e por isso é necessário mais tempo para dialogar sobre o assunto. 

"Uma vez que este processo ainda não está finalizado, nós não podemos ter essa portaria do dia 31 de março prevalecendo. Nós precisamos fazer com que tenhamos a manutenção deste aeroporto, para que a gente tenha uma discussão mais profunda nos próximos 24 meses, e aí sim, juntamente com os órgãos responsáveis, a gente tomar uma decisão de passar para o Governo do Estado essa administração", disse à reportagem.
 
"O nosso objetivo é prorrogar a administração do aeroporto Carlos Prates pela Infraero para que durante esse período a gente possa celebrar a assinatura de delegação entre o Ministério de Portos e Aeroportos e o Governo do Estado, passando então a administração para o governo de Minas Gerais", completa.

Outro argumento da deputada é os serviços que são realizados no aeroporto. Ela pontua que o aeroporto serve de base de treinamento e aperfeiçoamento das forças de segurança do estado. Além disso, destaca que o aeroporto serve de base operacional dos aviões que operam no combate à incêndios florestais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 
 
"Aqueles que o usufruem deverão se destinar a outros locais. Aventa-se que as forças de segurança e a instrução de voo iriam, por exemplo, para a Pampulha, outro aeroporto de Minas Gerais. Entretanto, a vocação deste é essencialmente de aviação executiva, não se compatibilizando com as necessidades dos futuros removidos do Aeroporto Carlos Prates", argumenta. 

Planos da PBH

Previsto para ser desativado no dia 1º de abril, conforme revelado pelo Estado de Minas, a Prefeitura de Belo Horizonte já iniciou um estudo de ocupação do terreno do aeroporto Carlos Prates.

No estudo inicial elaborado pela prefeitura da capital mineira é possível ver áreas industriais, moradias populares, escolas, unidades de Saúde e áreas de lazer. A ideia é fazer parcerias com a Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg) e outras entidades.