Na maior epidemia de dengue da história, Minas Gerais registra um caso suspeito da doença a cada doze segundos - o equivalente a cinco registros por minuto em 2024. O dado foi divulgado pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, em coletiva nesta terça-feira (12). Conforme levantamento da pasta, em apenas 71 dias, o Estado somou 514.830 casos prováveis de dengue, uma média de mais de 7.200 casos por dia. Para conter o avanço da doença, o governo anunciou um novo Dia D, marcado para 23 de março. 

"Não tenho a menor dúvida disso (de que os números de 2016 estão superados). A gente já deve ter batido. Ainda estamos na fase de os dados chegarem, mas nós certamente já batemos 2016 falando de um ano inteiro", afirmou Baccheretti. Em 2016, o número de casos prováveis, usado como base de comparação pelo governo de Minas, tendo em vista que nem todos os casos da doença são confirmados, foi de 521.047. Com o índice atual, o estado está próximo de bater a marca registrada durante 2016, considerado o pior ano epidêmico até então.

Dos mais de 500 mil casos prováveis de dengue em Minas, 185.690 já estão confirmados. O Estado também soma 66 mortes pela doença e outras 308 estão em investigação. Baccheretti afirma, no entanto, que o pico da doença já ocorreu em Minas. A alta foi registrada na passagem do mês de fevereiro para março. Apesar disso, ele aponta que o sistema de saúde ainda terá alta demanda de atendimento nos próximos dias. 

 "Batemos o pico no final de fevereiro, na semana 10. Até descer, leva tempo. Teremos ainda muitos casos de dengue e chikungunya sendo atendidos nos hospitais, nas UPAs e postos de saúde, já com crescimento da sazonalidade das doenças respiratórias. Por isso essa somatória vai gerar um estresse ainda maior", prevê Baccheretti.