Brasil247 -ombudsman do jornal Folha de S. Paulo desde abril de 2016, expõe o encerramento de um ciclo político com a vitória de Bolsonaro , que era vigente desde o "ciclo desde a redemocratização, a completar 34 anos em 2019", e "que nada será como antes para a imprensa".
Ela afirma que "o presidente que chega ao poder com o discurso mais belicoso contra a imprensa e os jornalistas. Nisso, como já se repetiu cansativamente, emula o presidente americano, Donald Trump, seja por deslumbramento, seja por estratégia".
A ombudsman aponta também a comunicação através das redes sociais como um novo desafio para o jornalismo." O tempo presente, imprensa e jornalistas terão de aprender, na base da tentativa e erro, a lidar com esse tipo de comunicação de governo, que diz prescindir da mídia tradicional, ao mesmo tempo que é beneficiado por ela, quando seus conteúdos diretos são replicados para audiências infinitamente maiores do que a de seus propositores originais".
Costa cita em seu artigo a relação que Bolsonaro estabeleceu com o jornal. "O que mais demonstra os caminhos perigosos escolhidos pelo presidente eleito foi uma reportagem simples e objetiva, amparada no que se chama de verdade factual: 'Pela primeira vez na República, ministério que toma posse excluirá Norte e Nordeste', publicou a Folha em 21 de dezembro."
"A reação do presidente, nas redes sociais, foi raivosa: 'A Folha de SP continua a fazer um jornalismo sujo e [de] baixo nível. Agora insinuam falta de representatividade das regiões Norte e Nordeste nos ministérios, como se nascer em uma região se traduzisse em competência e não nascer significasse descaso e abandono. Vão quebrar a cara'".
"Bolsonaro, quando acuado, tem como padrão de resposta atacar seus acusadores sem se importar com a verdade factual", ressalta.
Ela diz que "os filhos seguem a linha do pai, ou seja, ameaçam jornalistas, convocam levantes contra a imprensa, desfiam teorias conspiratórias criativas sem calço na realidade. Todos, nos momentos de maior questionamento, replicam uma pergunta nas redes sociais: 'Quem mandou matar Bolsonaro?'".