Brasil247 – O jornalista Luis Nassif, editor do GGN, tem uma hipótese para a delação de Antonio Palocci contra os bancos, divulgada nesta sexta-feira pelo jornal O Globo. "Saiu em O Globo de hoje, parte da delação de Antônio Palocci envolvendo cinco grandes bancos: Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Teriam doado R$ 50 milhões ao PT em troca de favores. Com sua conhecida perspicácia, não apresentou nenhuma prova e incluiu até o Banco do Brasil na parada (aqui)", diz ele, em sua análise.

"A Abril está em processo de recuperação judicial.  A operação consistiu na Enforce, uma empresa especializada em recuperação de empresas falidas, adquirir a dívida da Abril em fevereiro passado – salvando o patrimônio dos herdeiros. Depois, vai negociar com os bancos um abatimento no valor e um prazo de pagamento. O BTG Pactual ajudou adquirindo as dívidas e, com isso, oferecendo maiores garantias aos credores, já que é um banco sólido. Os maiores credores da Abril são o Bradesco, Itaú e Santander (aqui), além dos bancos públicos.Logo, o tiro de Moro, através de O Globo, atingiu três bancos essenciais para a recuperação da Abril", pontua.


Esta pressão contra os bancos explicaria, na visão de Nassif, a capa grotesca de Veja nesta semana. "Imediatamente, a revista Veja voltou ao seu velho ofício de criadora de factoides, com uma matéria de capa denunciando a presença de uma organização terrorista – dessas que os personagens vestem roupa preta e capuz para dar entrevistas – ameaçando a vida da família Bolsonaro.  A capa cai como uma luva na prévia do incêndio do Reichstag, que é a saída de todo ditador acuado."

Segundo ele, sobra até para Deltan Dallagnol. "Para a denúncia ter credibilidade, os procuradores da Lava Jato terão que explicar a razão de não terem aceitado a delação de Palocci. Deltan fez palestras pagas não apenas para bancos, como para a própria Febraban", lembra Nassif.