array(31) {
["id"]=>
int(133759)
["title"]=>
string(94) "Jornais minimizam Pandora Papers porque donos têm contas no exterior, diz Paulo Moreira Leite"
["content"]=>
string(5032) "Causou estranheza neste domingo e segunda-feira (4) a cobertura tímida - em alguns casos, nula - da imprensa corporativa sobre o escândalo dos Pandora Papers - que investigou milhões de documentos de paraísos fiscais em todo o mundo e revelou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm contas nesses locais.
O jornal O Globo não publicou uma linha sobre o que em qualquer lugar do mundo seria um dos maiores escândalos da história, embora a TV Globo e a Globonews tenham dado reportagens sobre o caso. O jornal Estado de S. Paulo se preocupou mais com as contas de Shakira e Julio Iglesias do que com as das autoridades econômicas brasileiras e, por último, a Folha de S. Paulo apontou um “suposto conflito de interesses” no caso.
O Pandora Papers foi divulgado pelo projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que reúne mais de 600 repórteres de 151 veículos em 117 países e territórios. No Brasil, participaram da apuração Agência Pública, revista piauí, Poder360 e Metrópoles.
“Por que os jornais abaixam a crise? Porque muitos estão cheios de contas lá fora. Vamos admitir. Porque isso é um segredo de polichinelo da elite brasileira: as contas no exterior”, disse o jornalista Paulo Moreira Leite, na TV 247, tentando trazer uma explicação para a cobertura. “Lembram do escândalo das CC5? As pessoas colocavam dinheiro para fora para quê? Para suas próprias contas. Milhares, bilhões escaparam, sem nenhum controle”, resgatou o comentarista.
O conhecido caso das CC5 revelou, em setembro de 1999, que US$ 124 bilhões haviam saído ilegalmente do país. À época, os empresários brasileiros envolvidos no enorme escândalo também tiveram seus nomes protegidos pela imprensa, que centraram fogo em doleiros e agentes financeiros usando o argumento de que não era possível “separar quem utilizou de forma legal o mecanismo e quem lavou dinheiro”. No entanto, todas as remessas pelas contas CC5 eram ilegais pela própria natureza das contas. Relembre o caso aqui.
Saltou aos olhos, na época, as remessas enviadas pelo grupo Globo, como empresas como Globosat Comunicações, Globopar, Globo Participações ou Globosat Telecomunicações: R$ 124,134 bilhões.
Este não foi o único escândalo envolvendo nomes de empresários da mídia com offshores. Em 2016, nos Panama Papers, “pelo menos 14 empresários e diretores de empresas de mídia, seus parentes ou jornalistas” foram citados em “relação com offshores criadas pela firma panamenha de advocacia Mossack Fonseca”, noticiou o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.
“Estão citados uma neta de Roberto Marinho (fundador da Globo) e diretores e ex-diretores do Grupo Globo. Aparecem também a dona da TV Verdes Mares, Yolanda Vidal Queiroz; o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, dono da Rede Massa de Televisão; um sócio do grupo Bloch, antigo dono da TV Manchete, Pedro Jack Kapeller; o ex-senador João Tenório, dono da TV Pajuçara, em Alagoas; e o sócio das TVs Studio Vale do Paraíba e Jaú, Antonio Droghetti Neto. Do Grupo Estado, que publica o jornal “O Estado de S.Paulo”, Ruy Mesquita Filho e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Estado, Walter Fontana Filho, tiveram seus nomes ligados a offshores. Também consta nos papéis da Mossack o jornalista que trabalha em revistas da Editora Abril José Roberto Guzzo”, diz sua reportagem.
Pouco tempo depois, em 2017, os irmãos donos da TV Globo (Irineu Marinho e seus irmãos João e José) apareceram na lista dos Paradise Papers, que revelou uma lista com pelo menos 17 bilionários brasileiros com empresas abertas em paraísos fiscais como Bermudas, Bahamas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens e Malta.
No escândalo divulgado neste domingo (3), o dono da CNN, o empresário Rubens Menin, apareceu junto de empresários de outros setores, como os donos da Prevent Senior, envolvida em outro escândalo no âmbito da pandemia, e Luciano Hang, das Lojas Havan.
"
["author"]=>
string(9) "Brasil247"
["user"]=>
NULL
["image"]=>
array(6) {
["id"]=>
int(584529)
["filename"]=>
string(13) "paulolite.jpg"
["size"]=>
string(5) "55048"
["mime_type"]=>
string(10) "image/jpeg"
["anchor"]=>
NULL
["path"]=>
string(9) "marquivo/"
}
["image_caption"]=>
string(83) " Paulo Moreira Leite / Globo (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Reprodução)"
["categories_posts"]=>
NULL
["tags_posts"]=>
array(0) {
}
["active"]=>
bool(true)
["description"]=>
string(328) "“Muitos estão cheios de contas lá fora. Vamos admitir, porque isso é um segredo de polichinelo da elite brasileira”, afirma o jornalista. No escândalo dos Panama Papers, revelado em 2016, 14 empresários de mídia e jornalistas foram citados
"
["author_slug"]=>
string(9) "brasil247"
["views"]=>
int(119)
["images"]=>
NULL
["alternative_title"]=>
string(0) ""
["featured"]=>
bool(false)
["position"]=>
int(0)
["featured_position"]=>
int(373)
["users"]=>
NULL
["groups"]=>
NULL
["author_image"]=>
NULL
["thumbnail"]=>
NULL
["slug"]=>
string(92) "jornais-minimizam-pandora-papers-porque-donos-tem-contas-no-exterior-diz-paulo-moreira-leite"
["categories"]=>
array(1) {
[0]=>
array(9) {
["id"]=>
int(454)
["name"]=>
string(6) "Mídia"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "midia"
}
}
["category"]=>
array(9) {
["id"]=>
int(454)
["name"]=>
string(6) "Mídia"
["description"]=>
NULL
["image"]=>
NULL
["color"]=>
string(0) ""
["active"]=>
bool(true)
["category_modules"]=>
NULL
["category_models"]=>
NULL
["slug"]=>
string(5) "midia"
}
["tags"]=>
NULL
["created_at"]=>
object(DateTime)#539 (3) {
["date"]=>
string(26) "2021-10-04 22:56:38.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["updated_at"]=>
object(DateTime)#546 (3) {
["date"]=>
string(26) "2022-03-15 17:55:55.000000"
["timezone_type"]=>
int(3)
["timezone"]=>
string(13) "America/Bahia"
}
["published_at"]=>
string(25) "2021-10-04T22:50:00-03:00"
["group_permissions"]=>
array(4) {
[0]=>
int(1)
[1]=>
int(4)
[2]=>
int(2)
[3]=>
int(3)
}
["image_path"]=>
string(22) "marquivo/paulolite.jpg"
}
Causou estranheza neste domingo e segunda-feira (4) a cobertura tímida - em alguns casos, nula - da imprensa corporativa sobre o escândalo dos Pandora Papers - que investigou milhões de documentos de paraísos fiscais em todo o mundo e revelou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm contas nesses locais.
O jornal O Globo não publicou uma linha sobre o que em qualquer lugar do mundo seria um dos maiores escândalos da história, embora a TV Globo e a Globonews tenham dado reportagens sobre o caso. O jornal Estado de S. Paulo se preocupou mais com as contas de Shakira e Julio Iglesias do que com as das autoridades econômicas brasileiras e, por último, a Folha de S. Paulo apontou um “suposto conflito de interesses” no caso.
O Pandora Papers foi divulgado pelo projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que reúne mais de 600 repórteres de 151 veículos em 117 países e territórios. No Brasil, participaram da apuração Agência Pública, revista piauí, Poder360 e Metrópoles.
“Por que os jornais abaixam a crise? Porque muitos estão cheios de contas lá fora. Vamos admitir. Porque isso é um segredo de polichinelo da elite brasileira: as contas no exterior”, disse o jornalista Paulo Moreira Leite, na TV 247, tentando trazer uma explicação para a cobertura. “Lembram do escândalo das CC5? As pessoas colocavam dinheiro para fora para quê? Para suas próprias contas. Milhares, bilhões escaparam, sem nenhum controle”, resgatou o comentarista.
O conhecido caso das CC5 revelou, em setembro de 1999, que US$ 124 bilhões haviam saído ilegalmente do país. À época, os empresários brasileiros envolvidos no enorme escândalo também tiveram seus nomes protegidos pela imprensa, que centraram fogo em doleiros e agentes financeiros usando o argumento de que não era possível “separar quem utilizou de forma legal o mecanismo e quem lavou dinheiro”. No entanto, todas as remessas pelas contas CC5 eram ilegais pela própria natureza das contas. Relembre o caso aqui.
Saltou aos olhos, na época, as remessas enviadas pelo grupo Globo, como empresas como Globosat Comunicações, Globopar, Globo Participações ou Globosat Telecomunicações: R$ 124,134 bilhões.
Este não foi o único escândalo envolvendo nomes de empresários da mídia com offshores. Em 2016, nos Panama Papers, “pelo menos 14 empresários e diretores de empresas de mídia, seus parentes ou jornalistas” foram citados em “relação com offshores criadas pela firma panamenha de advocacia Mossack Fonseca”, noticiou o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.
“Estão citados uma neta de Roberto Marinho (fundador da Globo) e diretores e ex-diretores do Grupo Globo. Aparecem também a dona da TV Verdes Mares, Yolanda Vidal Queiroz; o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, dono da Rede Massa de Televisão; um sócio do grupo Bloch, antigo dono da TV Manchete, Pedro Jack Kapeller; o ex-senador João Tenório, dono da TV Pajuçara, em Alagoas; e o sócio das TVs Studio Vale do Paraíba e Jaú, Antonio Droghetti Neto. Do Grupo Estado, que publica o jornal “O Estado de S.Paulo”, Ruy Mesquita Filho e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Estado, Walter Fontana Filho, tiveram seus nomes ligados a offshores. Também consta nos papéis da Mossack o jornalista que trabalha em revistas da Editora Abril José Roberto Guzzo”, diz sua reportagem.
Pouco tempo depois, em 2017, os irmãos donos da TV Globo (Irineu Marinho e seus irmãos João e José) apareceram na lista dos Paradise Papers, que revelou uma lista com pelo menos 17 bilionários brasileiros com empresas abertas em paraísos fiscais como Bermudas, Bahamas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens e Malta.
No escândalo divulgado neste domingo (3), o dono da CNN, o empresário Rubens Menin, apareceu junto de empresários de outros setores, como os donos da Prevent Senior, envolvida em outro escândalo no âmbito da pandemia, e Luciano Hang, das Lojas Havan.