Brasio247 - O ano de 2019 parece ser um dos mais desafiadores para o futuro do Grupo Globo, o maior conglomerado de mídia da América Latina, comandado pelo família Marinho. Desde a campanha eleitoral em que saiu vencedor, o presidente Jair Bolsonaro vem dando demonstrações inequívocas de que a Globo não terá prestígio em seu governo.
Uma das primeiras iniciativas concretas de Bolsonaro contra o monopólio da Globo na comunicação do País foi atacar a publicidade da emissora. Bolsonaro defende um projeto de lei que acabe com o 'bônus de volume', o instrumento que levou o sistema publicitário brasileiro a uma espécie de 'cartelização', com primazia da Globo sobre todas as outras emissoras. O projeto já está escrito, com ajuda dos concorrentes da Globo, e será apresentado ao Congresso pelo ex-ator e agora deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) (leia mais).
Além dessa medida que atinge a publicidade da Globo, a emissora dos Marinho, mais especificamente seu braço de notícias na TV fechada, a Globonews, está sendo atacada em outra frente, na audiência, com o anúncio da chegada da CNN Brasil. A unidade brasileira da emissora norte-americana está sendo viabilizada por meio do empresário Rubens Menin e do jornalista Douglas Tavolaro, biógrafo oficial do bispo Edir Macedo, que é um dos principais apoiadores do bolsonarismo no Brasil.
Com uma equipe de 400 jornalistas, a CNN Brasil estará disponível para assinantes da TV paga como um canal 24 horas e também diretamente para os consumidores, por meio das plataformas digitais. Em entrevista ao 247, Rubens Menin negou que a operação brasileira da CNN terá vínculo com Edir Macedo.
“Eu vinha conversando com diversos grupos de empresários e muita gente estava preocupada com a situação dos grupos de comunicação aqui no Brasil, com problemas financeiros. Isso é muito ruim”, diz o empresário. “Através de amigos em comum fui apresentado a esse projeto da CNN Brasil e achei que era hora de investir”, disse ele (leia mais).
Jornalisticamente, a Globo já indicou que não vai demonstrar apoio total ao governo, fazendo críticas pontuais em seus veículos e por meio de colunistas, apesar de apoiar as medidas econômicas, como a reforma da Previdência. O capítulo mais recente foi o editorial do jornal O Globo contra o decreto que libera a posse de quatro armas de fogo para cada brasileiro. Para o jornal, a medida é "temerária" e uma "aposta enganosa". "Difícil desmentir a relação entre mais armas e mais mortes", defende o texto (leia mais).