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Dias atrás, a Globo Participações colocou US$ 500 milhões em títulos da dívida no mercado internacional. São papéis com prazo de 10 anos e retorno de 4,875%. Em momentos de taxas internacionalmente baixas, a demanda foi bem superior à oferta.
Mas análises de consultorias sobre a empresa detalham as dificuldades que a Globo terá pela frente para enfrentar a nova etapa de globalização da mídia.
Em novembro, o grupo registrou resultados fracos. Durante o dia, sua participação na audiência caiu de 39% em 2018 para 37%. E no horário nobre, caiu de 44% para 41%.
As receitas de publicidade, que representam 61% da receita total, caíram 12%. Mesmo com os cortes efetuados, o EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
) caiu 45%, de 12% para 7%.
As maiores ameaças são o crescimento da Netflix e da mídia social. No caso da TV paga, os assinantes estão diminuindo, caindo de um pico de 19,5 milhões em 2014 para 16,1 milhões.
O declínio da receita foi generalizado, mesmo com a redução de preços praticado pela empresa.
E, aí, se entra em um campo já previsto pelas emissoras populares há anos: o custo operacional da Globo para manter a diferenciação de qualidade. Além dos custos de casts, houve aumento nos custos dos direitos de transmissão e exibição, especialmente em eventos esportivos.
Segundo a análise, a Globo repete o drama de outras emissoras líderes de mercado de longa data, que ficaram lentas para entender quadros de mudanças drásticas.
Hoje em dia, cada vez mais os clientes cortam o cordão umbilical com a TV tradicional. Somente em 2018, a Netflix conquistou mais 1,5 milhão de clientes no Brasil e estima-se mais 2 milhões em 2019. O vídeo de assinatura sob demanda está crescendo 20% ao ano.
Com um caixa de R$ 10,3 bilhões ou US$ 2,5 bilhões, a Globopar não oferece riscos imediatos de liquidez, mesmo que os recursos sejam aplicados em áreas de menor perspectiva. Mas, para o futuro, há o risco da chamada deterioration da relação dívida/EBITDA, devido à rápida deterioração pelo aumento da dívida e pelo risco de usar os fundos levantados para negócios deficitários em empresas coligadas.
Os fatores de risco apontados são os conflitos com o governo Bolsonaro e a tentativa de reestruturação do grupo que, sob assessoria da Accenture, tenta se transformar em um grupo de “tecnologia de mídia”, o que exigirá investimentos significativos.
A nova estrutura
Na reestruturação, conforme apontado pelo site Teletime, causou surpresa a ausência de uma área específica para o segmento TV por assinatura.
Mesmo com todas as mudanças recentes, em 2018 respondeu por metade da receitra de R$ 14,7 bilhões do grupo. Até 2017, respondia também por 2/3 da margem.
Outro problema apontado foi a questão da gestão familiar. Na reestruturação foi afastado Alberto Pecegueiro, o executivo responsável pela operação mais bem-sucedida da Globo, com parceria com estúdios norte-americanos no Teleplay, e ampla oferta de parcerias com produtores de vídeo, distribuídas pelas empresas de telefonia.
Leia também: Grande imprensa, uma neutralidade de um lado só, por Michel Chebel Labaki
O dilema da Globo é ficar entre a geração de conteúdo ou a distribuição através de plataformas próprias, como é o caso da aposta na Globoplay.
A questão é que o mercado mundial fornece uma escala para os grande players – Netflix, Apple e Amazon – que a Globo jamais terá condições de enfrentar. No máximo ficará segmentada como uma fornecedora de conteúdo em português.
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Mas análises de consultorias sobre a empresa detalham as dificuldades que a Globo terá pela frente para enfrentar a nova etapa de globalização da mídia.
Em novembro, o grupo registrou resultados fracos. Durante o dia, sua participação na audiência caiu de 39% em 2018 para 37%. E no horário nobre, caiu de 44% para 41%.
As receitas de publicidade, que representam 61% da receita total, caíram 12%. Mesmo com os cortes efetuados, o EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
) caiu 45%, de 12% para 7%.
As maiores ameaças são o crescimento da Netflix e da mídia social. No caso da TV paga, os assinantes estão diminuindo, caindo de um pico de 19,5 milhões em 2014 para 16,1 milhões.
O declínio da receita foi generalizado, mesmo com a redução de preços praticado pela empresa.
E, aí, se entra em um campo já previsto pelas emissoras populares há anos: o custo operacional da Globo para manter a diferenciação de qualidade. Além dos custos de casts, houve aumento nos custos dos direitos de transmissão e exibição, especialmente em eventos esportivos.
Segundo a análise, a Globo repete o drama de outras emissoras líderes de mercado de longa data, que ficaram lentas para entender quadros de mudanças drásticas.
Hoje em dia, cada vez mais os clientes cortam o cordão umbilical com a TV tradicional. Somente em 2018, a Netflix conquistou mais 1,5 milhão de clientes no Brasil e estima-se mais 2 milhões em 2019. O vídeo de assinatura sob demanda está crescendo 20% ao ano.
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A nova estrutura
Na reestruturação, conforme apontado pelo site Teletime, causou surpresa a ausência de uma área específica para o segmento TV por assinatura.
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Leia também: Grande imprensa, uma neutralidade de um lado só, por Michel Chebel Labaki
O dilema da Globo é ficar entre a geração de conteúdo ou a distribuição através de plataformas próprias, como é o caso da aposta na Globoplay.
A questão é que o mercado mundial fornece uma escala para os grande players – Netflix, Apple e Amazon – que a Globo jamais terá condições de enfrentar. No máximo ficará segmentada como uma fornecedora de conteúdo em português.