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Todos esses eventos foram chamados em algum momento de “o pior desastre ecológico brasileiro”, mas sempre podemos fazer pior: pelo menos no aspecto de prejuízos ao meio ambiente, o céu parece ser o limite. O vazamento no Nordeste é bem maior do que se pode imaginar e seus efeitos danosos poderão durar anos. Matéria do jornal El País descortina um cenário assustador ao mostrar o potencial para danificar, em alguns casos de forma permanente, tanto o ecossistema marinho como a economia local e a saúde humana.
Isso não acontece por trapaças da sorte. As tragédias eram anunciadas. Para Brumadinho, concorreu a flexibilidade da legislação e da fiscalização. Na Amazônia, a falta de fiscalização foi a palavra de ordem para o fogo brotar. No Nordeste, a precarização da estrutura de proteção ambiental deixou o país sem planos de contingência em emergências como esta – e os existentes demoraram a ser acionados.
Para um país que vive de seus recursos naturais, proteger rios, matas e praias é parte do negócio. E, nos dias de hoje, fundamental. Tirando as economias alicerçadas no petróleo e potências que não dependem necessariamente de comoditties, como EUA, Canadá, China e Rússia, o Brasil é seguramente o país mais dependente de sua natureza – e o que ela lhe dá – para sobreviver.
Economicamente, é uma dependência direta: se a Amazônia for destruída, o regime de chuvas é prejudicado, o que impacta claramente o agronegócio. A exploração negligente de petróleo e minério pode produzir desastres que inviabilizam rios e mares, além de plantações e estuários de espécies marinhas. Como já está acontecendo no Nordeste, onde, junto ao patrimônio natural, esvai-se o trabalho de milhares de famílias, que vivem da pesca e do turismo.
Finalmente, o conjunto da obra ambiental do atual governo federal atinge diretamente a credibilidade do país diante do mundo e, consequentemente, o consumo de nossos produtos por clientes cada vez exigentes com as questões ambientais. O que vai afastar o consumidor interno e externo não é apenas o medo de ser contaminado, mas o propósito engajado de dizer não a um governo descuidado e predatório.
Não há como insistir no discurso preconceituoso e ultrapassado, senão burro, de que meio ambiente é coisa de gente que abraça árvore e bicho. Não é. Na verdade, tem a ver com a sobrevivência real no cotidiano cada dia mais duro da população brasileira. Sem preservar e cuidar do meio ambiente, não há como nossa economia progredir e garantir o futuro do país.
Bianca Alves
*Editora do site Novos Inconfidentes, é formada em Comunicação Social pela UFMG, trabalhou na revista Isto É e no jornal O Tempo e colaborou como cronista e redatora em várias publicações.
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Todos esses eventos foram chamados em algum momento de “o pior desastre ecológico brasileiro”, mas sempre podemos fazer pior: pelo menos no aspecto de prejuízos ao meio ambiente, o céu parece ser o limite. O vazamento no Nordeste é bem maior do que se pode imaginar e seus efeitos danosos poderão durar anos. Matéria do jornal El País descortina um cenário assustador ao mostrar o potencial para danificar, em alguns casos de forma permanente, tanto o ecossistema marinho como a economia local e a saúde humana.
Isso não acontece por trapaças da sorte. As tragédias eram anunciadas. Para Brumadinho, concorreu a flexibilidade da legislação e da fiscalização. Na Amazônia, a falta de fiscalização foi a palavra de ordem para o fogo brotar. No Nordeste, a precarização da estrutura de proteção ambiental deixou o país sem planos de contingência em emergências como esta – e os existentes demoraram a ser acionados.
Para um país que vive de seus recursos naturais, proteger rios, matas e praias é parte do negócio. E, nos dias de hoje, fundamental. Tirando as economias alicerçadas no petróleo e potências que não dependem necessariamente de comoditties, como EUA, Canadá, China e Rússia, o Brasil é seguramente o país mais dependente de sua natureza – e o que ela lhe dá – para sobreviver.
Economicamente, é uma dependência direta: se a Amazônia for destruída, o regime de chuvas é prejudicado, o que impacta claramente o agronegócio. A exploração negligente de petróleo e minério pode produzir desastres que inviabilizam rios e mares, além de plantações e estuários de espécies marinhas. Como já está acontecendo no Nordeste, onde, junto ao patrimônio natural, esvai-se o trabalho de milhares de famílias, que vivem da pesca e do turismo.
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Não há como insistir no discurso preconceituoso e ultrapassado, senão burro, de que meio ambiente é coisa de gente que abraça árvore e bicho. Não é. Na verdade, tem a ver com a sobrevivência real no cotidiano cada dia mais duro da população brasileira. Sem preservar e cuidar do meio ambiente, não há como nossa economia progredir e garantir o futuro do país.
Bianca Alves
*Editora do site Novos Inconfidentes, é formada em Comunicação Social pela UFMG, trabalhou na revista Isto É e no jornal O Tempo e colaborou como cronista e redatora em várias publicações.